Hoje é o Dia Internacional da Dança, mas a bailarina Manoela Santos, 21 anos, de Porto Alegre, o comemorará com timidez. Convidada para representar o Brasil em maio num dos maiores festivais de dança do mundo, nos Estados Unidos, Manoela ainda não conseguiu os cerca de R$ 25 mil necessários para que ela e a técnica façam a viagem de dez dias. Até agora, só foram arrecadados R$ 5 mil para ajudar a menina que desde os 15 anos é monitora voluntária num projeto social de balé no Bairro Restinga.
Em dezembro do ano passado, o Diário Gaúcho publicou reportagem sobre a campanha realizada entre familiares, amigos e dançarinos de outras companhias gaúchas para apoiar a viagem de Manoela. Mas nem a mobilização foi suficiente para levá-la a representar o País no Valentina Kozlova International Ballet Competition, na segunda quinzena de maio. Na expectativa de dançar pela primeira vez fora do Brasil, Manoela intensificou os treinos diários, de três para oito horas por dia de balé, e continuou atravessando a cidade - ela mora no Bairro Protásio Alves - para dar aulas gratuitas a 75 crianças no Centro Comunitário da Restinga (Cecores).
- Ela é uma excelente professora e as crianças se inspiram nela para seguirem na dança. Minha filha começou no ano passado e meu filho acabou pedindo para fazer também. Os dois são motivados pela Manoela. Ela merece todo o apoio para nos representar - diz a dona de casa Nara Korff, 32 anos, mãe de Arthur, seis anos, e Mahara, nove anos, que estão no projeto social.
Melhor bailarina
Manoela conquistou o direito de representar o Brasil ao ser eleita a melhor bailarina entre os cerca de 5 mil dançarinos brasileiros e estrangeiros que se apresentaram no Sul em Dança, realizado em São Leopoldo, em setembro do ano passado. Foi lá que uma olheira do festival norte-americano a convidou para ser a representante sênior brasileira.
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- Manoela é esforçada e tornou-se um incentivo para outras meninas carentes que sonham em ser bailarina. Mas quando ela não consegue realizar o próprio sonho, acaba mostrando que nem todo o esforço é suficiente quando não há incentivo - lamenta a bailarina e coreógrafa Elizabeth Santos, mãe de Manoela.
"Vou seguir dançando!"
Apesar de todas as dificuldades, Manoela não perde o sorriso e nem a vontade de seguir dançando. Quando percebeu que o sonho de ir aos Estados Unidos se tornou mais distante por conta do aumento do dólar, a jovem pensou em desistir da dança. Porém, os alunos e a paixão pelo balé desde a infância a fizeram mudar de ideia.
- Se eu não conseguir o valor total, vou tentar arrecadar R$ 10 mil para participar do maior festival de dança da América Latina, em Córdoba, na Argentina, em outubro. Não posso desistir do meu sonho na primeira derrota. Vou seguir dançando! - garante a determinada Manoela.
* Para ajudar Manoela a seguir dançando o telefone é 9172-7932.
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Manoela tira a dificuldade para dançar
Foto: Mateus Bruxel
Manoela e os alunos do projeto social do Bairro Restinga
Foto: Mateus Bruxel
Manoela dança por um sonho
Foto: Mateus Bruxel