Na terra seca no Largo dos Açorianos, permanecem dezenas de peixes mortos que perderam o hábitat natural para sua sobrevivência: a água. Com a secagem do lago, etapa necessária para o projeto de revitalização da área, os animais morreram - a prefeitura alegou impossibilidade de removê-los. Na manhã desta quinta-feira, havia um cardume nas proximidades da Rua Washington Luiz, no centro de Porto Alegre.
A justificativa da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam) é que, pela impossibilidade de separar as espécies nativas das exóticas - que, por determinação de portaria estadual, não podem ser reinseridas no meio ambiente -, os peixes não foram recolhidos. Já os cágados do local foram realocados no Guaíba.
Com o cardume morto, o mau cheiro se tornou um inconveniente para quem passa pela praça que contorna o lago. O Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) garantiu que o local será higienizado ainda nesta quinta-feira.
Foto: Débora Ely / Agência RBS
Segundo o doutor em Zoologia e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Luiz Malabarba, os peixes mortos que seguem no local são de uma espécie de cará comum no Guaíba (Geophagus brasiliensis, no nome científico).
No final da semana passada, o serviço de limpeza no local foi interrompido por uma surpresa: a localização de peixes de grande porte no lago (um deles, da espécie carpa capim, pesava mais de 20 quilos). A suspeita é os animais exóticos tenham sido largados no lago por alguém que os pescou em outra área.
A revitalização do Largo dos Açorianos teve início no fim do mês passado. A remoção de cerca de 2 mil metros cúbicos de lodo do lago começará na próxima segunda-feira, e deve durar cerca de 40 dias. O serviço ainda inclui a reconstrução de partes do muro do entorno.
* Zero Hora