Os planos de desafogar o Presídio Central retrocederam pelo menos um ano. A expectativa, quando foi colocado abaixo o Pavilhão C, em outubro do ano passado, era de que até o final de 2014 a população no presídio cairia pela metade. O que se viu foi o contrário. Hoje, 3.917 presos estão no Central. São quase 200 a mais do que quando o pavilhão foi destruído, e a perspectiva, nas próximas semanas, é de que o número ultrapasse facilmente os quatro mil presos - como acontecia um ano atrás.
Depois de cinco anos, RS volta a superar a marca de 30 mil presos
A Susepe ainda não tem perspectiva para as inaugurações das unidades do Complexo Penitenciário de Canoas e da Penitenciária de Guaíba, para onde se pretende transferir mais de três mil presos do Presídio Central. Os detentos que haviam sido retirados do pavilhão destruído e levados temporariamente para Montenegro e Charqueadas - enquanto Canoas não começam a retornar à Capital e a um presídio, na prática, menor do que o anterior. Sem o Pavilhão C, a capacidade oficial do Presídio Central caiu de 2.069 vagas para algo em torno de 1,8 mil. Significa que, agora, a casa prisional está com mais do que o dobro da sua capacidade - que, aliás, há muito não era respeitada.
A realidade vista neste começo de 2015 já era temida pelo juiz da Vara de Execuções Criminais, Sidinei Brzuska. Em outubro, quando o governo anterior decidiu iniciar as retiradas de presos da casa, ele considerou a ação uma medida precipitada.
Sistema prisional
O inferno da superlotação no Presídio Central está de volta
Número de presos encosta nos quatro mil e volta aos patamares de um ano atrás. Presos retirados do Pavilhão C, derrubado ano passado, foram trazidos de volta.
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