Para quem precisa circular pelas imediações da Rua Clemenciano Barnasque, no Bairro Teresópolis, em Porto Alegre, sair e chegar do trabalho ou ir ao mercado e voltar pra casa a salvo virou um desafio. Para algumas pessoas, prova de atletismo. Por conta do alto número de assaltos que assola a região, só correndo para fugir dos ataques de bandidos.
- Não dá para dar bobeira, tem que apertar o passo e ficar ligado. Se desconfiar de algo, o jeito é correr mesmo - disse um rapaz, flagrado pela reportagem descendo a rua apressado, no final da manhã desta quinta-feira.
Uma funcionária do Hospital Espírita de Porto Alegre, situado no alto da Clemenciano, também apela para a corridinha na hora de ir embora.
- Se eu me atraso para sair e o pessoal já desceu, saio em disparada. Outro dia, um colega me viu correndo e perguntou se eu ia perder o ônibus. Respondi que eu não queria perder a bolsa - contou a assistente administrativa.
Em rua do Bairro Teresópolis, 15 de 20 estabelecimentos foram assaltados
Ela relata que, devido à rotina de assaltos, seus colegas costumam sair em grupos de, no mínimo, três pessoas, para tentar inibir a ação dos criminosos.
- Quando alguém fica para trás, desce de lotação. Paga passagem para andar duas ou três quadras até a avenida principal - conta a funcionária.
Nem sempre a estratégia funciona. Uma senhora que trabalha na área de limpeza do hospital foi atacada ao meio-dia, quando chegava ao trabalho. Outra funcionária, depois de ser assaltada mais de uma vez, pediu demissão. Uma atendente escapou por segundos. Ao visualizar os assaltantes, atravessou a rua, mas os criminosos não perderam a viagem: atacaram um cobrador de ônibus que estava logo à frente dela.
Perigo na Zona Sul
Rua do bairro Teresópolis, em Porto Alegre, é paraíso dos assaltantes
Funcionários de hospital sofrem com os inúmeros ataques na chegada e saída do trabalho, na Rua Clemenciano Barnasque. Segundo moradores, tem assalto todos os dias
Cristiane Bazilio
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