Uma das mais importantes poetas brasileiras, Cecília Meireles morreu há exatos 50 anos, em 9 de novembro de 1964. Na sexta-feira, dia 7, completaram-se 113 anos de seu nascimento.
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A autora de Romanceiro da Inconfidência (1953) foi homenageada na Praça com um bate-papo que encerrou o Colóquio de Poesia Moderna da PUCRS. A estrela da mesa foi a designer e artista plástica Fernanda Correa Dias, neta da autora, que conversou com ZH:
A senhora apresentou no bate-papo na Feira do Livro uma coleção de fotos e outras imagens da casa onde vivia sua avó e falou da importância de ter frequentado esse espaço na sua infância. Esse resgate faz parte de um trabalho como artista plástica?
A casa da Cecília Meireles como conheci não existe mais, embora talvez possa seguir existindo como uma instituição ou outro tipo de espaço. Sinto muita necessidade de explicar às minha filhas como aprendi certas coisas, muitas delas naquela casa tal como era. Achei, então, que era tempo de começar a fixar aquilo que lembro como era. A partir disso, saí a coletar material para fazer o trabalho que venho desenvolvendo. Ainda não sei em que formato isso será materializado, por enquanto são ilustrações e um relato sobre o que aprendi naquela casa e como tudo isso foi importante em minha vida.
Como as visitas à casa de Cecília Meireles foram decisivas em sua vida profissional?
Sou designer, e o designer é algo que sempre me interessou. Está no sangue: sou neta do Fernando Correa Dias, grande designer gráfico que, quando vem vem de Portugal e casa com Cecília, já é um profissional consagrado. As nervuras, as madeiras, tudo sempre me interessou. O Brasil recebe mobiliário português com a chegada dos portugueses, canastas, baús... Os baus ganham pezinhos para não encharcar, depois recebem gavetas, e aí aparecem as cômodas e os armários de encostar. E tudo isso você via na casa de Cecília, os banquinhos que se dobram porque meu avô usava em viagens como engenheiro agrônomo, o modo como esses objetos são leves, frescos, agradáveis de se sentar. Ao mesmo tempo, ela também misturou mobiliário moderno, agregou tudo, não separou. Ela abraçava tudo o que recebia e a casa dela era esse grande abraço.
Como a senhora avalia a memória de Cecília Meireles no Brasil?
Cecília nunca esteve tão viva. E mais viva ainda ficará ao longo do tempo. Drummond fala que ela é uma deusa, Quintana diz que nada estará perdido enquanto seu nome for lembrado, Bandeira a chama de exata, Vinicius afirma que ela é a professora da Arcádia. Se esses são os grandes e eles disseram que é para ela que devo olhar, então esse é mais um motivo para apontar Cecília como a direção, além do próprio motivo familiar, de conhecê-la e amá-la.
A 60ª Feira do Livro da Capital ficará aberta todos os dias, de 31 de outubro até 16 de novembro, com visitação das 9h30min às 21h (Área Infantil e Juvenil) e das 12h30min às 21h (Área Internacional e demais espaços). A entrada é franca.
Bate-papo
"Cecília nunca esteve tão viva", diz neta de Cecília Meireles
Designer e artista plástica, Fernanda Correa Dias esteve na feira durante colóquio de poesia
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