A eleição que vai escolher o novo presidente do Sindicato dos Rodoviários de Porto Alegre acontece no domingo (02) e segunda-feira (03) da semana que vem. A data foi definida em acordo entre os representantes das chapas concorrentes e o Ministério Público do Trabalho (MPT), que gerencia o processo após uma série de irregularidades constatadas na entidade desde 2011. Naquele ano, uma nova eleição da entidade deveria acontecer, mas foi anulada pela justiça. No início deste ano, a categoria fez uma greve que se estendeu por 15 dias e expôs, de forma mais clara, uma divisão antiga do sindicato na Capital.
Num caso excepcional, em função dos incidentes da última eleição da entidade, o pleito está sendo coordenado pelo MPT, que escolheu o procurador do trabalho, Noedi Rodrigues da Silva, como responsável por gerenciar o processo. Após uma série de reuniões com as chapas concorrentes, ele definiu algumas regras para a realização do pleito.
Entre as determinações está a votação dos aposentados, umas das principais polêmicas da última eleição, já que essa parcela dos sindicalizados é maior do que a de trabalhadores ativos. Em conjunto com as chapas, o procurador definiu que os aposentados que comprovarem filiação no momento do pleito terão direito ao voto. Além deles, todos os funcionários sindicalizados podem participar da escolha nos dos novos representantes. Ao todo, cerca de duas mil pessoas têm direito a voto.
O procurador Noedi Rodrigues da Silva afirma que a comissão eleitoral escolhida pelos representantes das chapas, os coordenadores de cada candidatura e os candidatos estiveram presentes em todas as reuniões e concordaram com os termos do processo eleitoral. Ele garante que, dessa vez, o resultado da votação será respeitado. “Alguns dos motivos que me levam a acreditar nisso são: o fato da presença de todos os representantes nas reuniões, um desejo da categoria de, finalmente, ter uma eleição lisa e a determinação judicial para que o pleito aconteça”, garante
A decisão em favor da eleição teve origem em sentença do desembargador Francisco Rossal de Araújo, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 4ª Região. O magistrado declarou nulo o pleito de 2011 da categoria porque três integrantes da chapa vencedora — então encabeçada por Itibiribá Acosta, que buscava a reeleição — estavam inelegíveis. Também foram observadas outras fraudes, como o registro de votos de mortos. Com o impasse, a direção anterior foi mantida no poder. A presidência ficou com Júlio "Bala" Gamaliel, vice de Acosta. A situação gerou uma série de ações judiciais. O TRT encerrou os julgamentos e elaborou um plano de eleição imediata.
Votação
A votação para a escolha dos representantes que ficarão à frente da entidade nos próximos cinco anos ocorre em dois dias: 02 e 03 de novembro. Os votos serão depositados em 14 urnas de lona, espalhadas nas garagens das empresas e no Ginásio Tesourinha. Esse último local será exclusivo para o voto de aposentados, embora aqueles que continuem na ativa também possam votam nas empresas onde trabalham. O pleito termina às 16h do dia 03 e a contagem dos votos começa imediatamente após o recolhimento das urnas à sede do MPT. O anúncio da chapa vencedora acontece em seguida, sem intervalos.
Chapas
Quatro chapas concorrem ao pleito, a “Força Rodoviária”, encabeçada por Adair da Silva, motorista aposentado da Sociedade de Ônibus de Porto-Alegrense (Sopal); a “Rodoviários na Luta”, presidida por Alceu Weber, delegado sindical e funcionário da Carris; a “Resgate Rodoviário”, de Gérson de Assis, cobrador da empresa Gazômetro, do consórcio Unibus, foi presidente do sindicato entre 2003 e 2004; e a “Unidade Rodoviária – Oposição de Esquerda”, que tem como representante Luís Afonso Martins, delegado sindical e motorista da Carris.