Dos gritos racistas nos estádios de futebol às incitações homofóbicas nos debates presidenciais, passando pelos linchamentos morais disseminados pelas redes sociais, os brados da intolerância ganham cada vez mais decibéis. Na semana em que excretou sua homofobia na TV, o candidato Levy Fidelix viu o número de curtidas em sua página no Facebook crescer 140%. E até uma improvável página de "apoio" à torcedora gremista que chamou o goleiro do Santos de macaco se mantém ativa - contra a vontade da própria Patrícia Moreira -, reunindo mais de 6,5 mil curtidores de mensagens como "diga não à miscigenação racial. Se o povo de Israel não se mistura, a gente também tem o mesmo direito".
Ecos da Intolerância
Por que o clima beligerante parece impedir o diálogo no Brasil
Potencializada pelas redes sociais, animosidade reinante que dificulta o diálogo entre pontos de vista divergentes é reflexo de um impulso mais íntimo na sociedade brasileira, disfarçado historicamente pelo mito do "povo cordial"