Após o julgamento do dissídio da categoria, na tarde desta segunda-feira (17), a população pode respirar aliviada. Os principais líderes do movimento que paralisou o transporte coletivo de Porto Alegre por duas semanas comemoraram a decisão do Tribunal Regional do Trabalho e garantiram que não haverá novas interrupções do serviço. Logo após o julgamento, o Sindicato dos Rodoviários descartou mover recurso contra a decisão junto ao Tribunal Superior do Trabalho, em Brasília.
Os rodoviários dissidentes, ligados ao Movimento Independente Rodoviário, também informaram que vão acatar o resultado do julgamento. No entanto, o grupo ressaltou que a mobilização poderá ser retomada caso ocorram demissões de grevistas. Hoje, um funcionário ligado ao comando de greve, foi demitido da Nortran. Os sindicalistas afirmam que a medida é arbitrária porque a legalidade da greve ainda não foi julgada. Para o líder da comissão de negociação, Alceu Webber, os índices ficaram dentro do possível. "Não é o dissídio dos sonhos, mas tivemos uma vitoria importante que foi a união inédita da categoria", afirmou.
O Tribunal Regional do Trabalho definiu, nessa tarde, as cláusulas do dissídio coletivo. Por maioria, os desembargadores fixaram reajuste salarial de 7,5%, vale-alimentação de R$ 19 e cobrança de R$ 10 como contrapartida ao plano de saúde. Também ficou decidido que o banco de horas será extinto até o dia 31 de julho. Com a definição do reajuste salarial dos trabalhadores, as empresas devem encaminhar à prefeitura o pedido de aumento da passagem para 2014, em duas semanas.
"A decisão do TRT ficou acima do esperado, mas que é aceitável diante do quadro de disputas que antecedeu o julgamento", afirmou o advogado do Seopa, Alceu Machado.
Durante a votação do dissídio no TRT a maioria dos desembargadores acompanhou o voto da desembargadora e relatora, Berenice Messias Correa. O resultado do julgamento terá validade imediata retroativa a fevereiro, assim que o acórdão da sessão for publicado, o que deve ocorrer ainda nesta semana. Os rodoviários de Porto Alegre entraram em greve no dia 27 de janeiro e mantiveram paralisação por duas semanas.