O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse nesta sexta-feira (12) que não vai se rebaixar ao nível do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que na quinta-feira (11) chamou Padilha de "incompetente" e "desafeto pessoal". O ministro está no Rio de Janeiro participando do Fórum Brasileiro dos Líderes de Energia.
— Fico com as palavras do presidente Lula — disse o articulador político do governo, referindo-se a declarações públicas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao seu trabalho.
— Sobre o resto das palavras, sinceramente, não vou descer a esse nível. Sou filho de uma alagoana arretada que sempre disse: "Meu filho, se um não quer, dois não brigam" — complementou.
Padilha afirmou que aprendeu a fazer política com o presidente Lula, uma política "de civilidade", segundo ele, que vê a parceria do Poder Executivo com o Congresso Nacional "como uma dupla de sucesso".
— Queremos repetir a dupla de sucesso que tivemos no ano passado sem nenhum tipo de rancor. Sobre rancor, a periferia da minha cidade (São Paulo) produziu na grande figura do Emicida, que mano, rancor é igual tumor, envenena a raiz, a plateia só deseja ser feliz. Sou deputado e converso com todos os deputados e deputadas, senadores e senadoras, e sei que todo mundo ali quer ser feliz — disse ele.
Sobre as acusações de Lira, de que Padilha estaria vazando articulações feitas pelo presidente da Câmara para votar pela liberação do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), o articulador do governo disse:
— O único ato que fizemos publicamente durante a votação desse tema foi afirmar que o governo defendia, sim, a prisão desse parlamentar, a partir de um processo de investigação que já dura seis anos com o esforço do Ministério da Justiça e do Judiciário.
E acrescentou:
— Vou seguir em frente, sem nenhum tipo de rancor. Vou seguir meu trabalho, tenho orgulho de ser ministro da articulação de novo.
Quanto à participação no evento de energia, Padilha informou que vai apresentar os projetos do governo e que o "Congresso já ajudou muito o governo e vai continuar ajudando".
— Temos agenda muito concreta para atrair investimento em transição energética. O Brasil precisa e tem vontade política para isso, para aprovar os marcos regulatórios que atraiam investimentos para o país — disse Padilha.