O juiz Hugo Michelini decidiu suspender o júri do ex-policial penal Jorge Guaranho, réu por homicídio duplamente qualificado pela morte de Marcelo Arruda, guarda municipal e tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná.
Segundo o portal g1, o julgamento teve início às 9h desta quinta-feira (4) no Fórum de Justiça de Foz do Iguaçu, mas foi interrompido 50 minutos depois, às 9h50min, após a defesa de Guaranho solicitar o adiamento e, posteriormente, abandonar o plenário. O júri foi remarcado para o dia 2 de maio.
Guaranho aguardava julgamento desde dezembro de 2022, quando a Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público Estadual e o ex-agente penal se tornou réu pelo assassinato. Para os promotores, o caso teve motivação política. A defesa nega o teor político do caso.
Relembre o caso
Sem ser convidado, Guaranho, apoiador do então presidente Jair Bolsonaro (PL), chegou ao local da festa em um carro branco, acompanhado de uma mulher com uma criança no colo. Ao descer do veículo, se dirigiu aos presentes dizendo aos gritos: "Aqui é Bolsonaro".
O ex-agente penal entrou no salão portando uma pistola Taurus calibre 40 e iniciou uma discussão por motivos políticos. Guaranho e Arruda se desentenderam, e o agente penitenciário deixou o local. O agora réu voltou 20 minutos depois e efetuou os dois disparos que vitimaram o guarda municipal.
O caso teve desdobramentos neste ano. Em fevereiro, a Advocacia-Geral da União (AGU) chegou a um acordo para pagar uma indenização de R$ 1,7 milhão à companheira e aos quatro filhos de Arruda. Em março, o Ministério da Justiça, sob o comando de Ricardo Lewandowski, concluiu a sindicância disciplinar instalada na época do crime para apurar a conduta de Guaranho, que era agente penal federal. A sindicância concluiu pela sua demissão do serviço público.