A Justiça aceitou denúncia do Ministério Público referente ao caso de uma suposta agressão envolvendo o deputado estadual Leonel Radde (PT). A ex-companheira dele, Giane Alves Santos, tornou-se ré por extorsão e denunciação caluniosa. Em abril, ela registrou boletim de ocorrência por agressão, obtendo medida protetiva no âmbito da Lei Maria da Penha. Eles tiveram um relacionamento de dois anos e meio.
Em julho, após investigação, a Corregedoria da Polícia Civil sugeriu o arquivamento e indiciou Giane Alves Santos por extorsão e denunciação caluniosa. A denúncia do Ministério Público foi aceita no dia 23 de novembro. O processo tramita em segredo de Justiça. Radde também ajuizou ação por difamação.
Segundo o Ministério Público, a ex-companheira cobrou R$ 100 mil de Radde para deixar o imóvel onde residiam. Nos dias seguintes, passou a exigir, em áudios, o valor de R$ 50 mil ou ela iria na “delegacia da mulher”.
A medida protetiva foi revogada pela Justiça, que também determinou a devolução da arma de Leonel Radde, que é policial.
Contraponto
A defesa de Giane Alves Santos se manifestou por meio de nota, assinada pelas advogadas Márcia Almeida e Juliana de Lima Borges:
"A defesa técnica assumiu o processo no dia de hoje e ainda não obteve acesso à íntegra dos autos, que está em sigilo. De todo modo, dos procedimentos existentes é possível concluir, sem qualquer esforço interpretativo, que a vítima da violência que assola inúmeros lares brasileiros, assumiu injusta e equivocadamente o papel de ré. Não haverá obstáculo algum para provar a inocência de Giane, que dispõe de vasto acervo probatório a seu favor e a favor da verdade, que é uma só. A justiça que falha nesse momento, não tardará a recolocar cada sujeito do processo no seu devido lugar."
Entenda o caso
O boletim de ocorrência que deu origem à investigação foi registrado pela ex-companheira do deputado no dia 12 de abril, quando ela alegou ter sido agredida quatro dias antes, na madrugada de 8 de abril, na casa onde os dois moravam. O caso foi encaminhado para a Corregedoria em razão de Radde ser policial civil.
A discussão que deu origem à suposta agressão teria acontecido durante uma confraternização promovida pela filha do deputado, com cerca de 10 pessoas. Testemunhas foram ouvidas e nenhuma mencionou o suposto episódio de agressão.