Está marcado para as 19h desta quinta-feira (14), na Câmara de Vereadores de Itaara, na Região Central, a votação do pedido de cassação do prefeito Sílvio Weber. Antes, em horário não divulgado pelo Legislativo, ocorrerá o depoimento do chefe do Executivo.
Em nota, o presidente da Câmara, Edson da Silva Vasconcellos, afirmou que tanto o depoimento quanto a votação não serão abertos ao público por questões de segurança. A votação terá transmissão pela internet.
Para a cassação , é necessário que a maioria mais um dos nove vereadores votem pela perda do mandato do prefeito.
O advogado do prefeito, Robson Zinn, questiona o trabalho realizado pela Comissão Processante e afirma que tomará medidas judiciais, se for necessário. Além disso, ele alega que o julgamento é político, a fim de tornar Sílvio Weber inelegível para as próximas eleições — ele adianta que o seu cliente não pretende ser candidato à reeleição.
— Vamos continuar judicializando aquilo que tiver que judicializar, até porque a Comissão Processante não respeitou os prazos, não respeitou absolutamente nada que determina a norma legal no que se refere a dar ao prefeito Silvio o direito da efetiva e ampla defesa. Não cumpriu os requerimentos que foram exigidos pela defesa, não ouviu ninguém, absolutamente ninguém relacionado ao que eles entendem que seria a base para gerar a cassação, não ouviu o denunciante, não ouviu a Polícia Civil, não ouviu o Ministério Público, não fez perícia, não ouviu nenhum dos secretários envolvidos em tese na denúncia, não ouviu nenhuma das empresas prestadoras de serviços também em tese envolvidas na denúncia, ou seja, o que nós temos agora em Itaara efetivamente é um julgamento eminentemente político — afirma Zinn.
A reportagem fez contato com o vereador Paulo Gilmar Garcia, presidente da Comissão Processante, mas ele não quis se manifestar.
Relembre o caso
A abertura da Comissão Processante foi aprovada em 28 de agosto, por seis votos a zero. O pedido havia sido protocolado pelo vereador Robertson Tatsch, conhecido como Mano Zimmermann, do PSB, então mesmo partido do prefeito, que hoje não esta filiado a nenhuma sigla.
Zimmermann propôs a comissão com base em investigação do Ministério Público (MP) que apontou o prefeito como suspeito de corrupção envolvendo contratos superfaturados em licitações fraudulentas.
Após praticamente um ano afastado do cargo, o prefeito de Itaara, Silvio Weber, reassumiu no dia 13 de novembro o comando do Executivo. Weber teve o mandato suspenso em 17 de novembro de 2022 após deflagração da Operação Santidade, do Ministério Público (MP). Ele também é padre, mas está suspenso de suas atividades como sacerdote, já que ocupa cargo público.
O último prazo do afastamento provisório terminou no dia 12 de novembro. Os seis primeiros meses se encerraram em maio, quando o MP renovou a medida pelo mesmo período. Como não houve nova determinação da Justiça para manter o prefeito afastado, foi possível o retorno do político ao cargo.
Weber foi denunciado pelo Ministério Público por roubo, crime de responsabilidade pelo desvio de verbas públicas, uso de documento falsificado, corrupção e organização criminosa. A investigação apontou superfaturamento de licitações do município, em um esquema supostamente liderado pelo prefeito. A estimativa é de que o prejuízo aos cofres públicos tenha ultrapassado R$ 470 mil.