Após uma eleição com o recorde de 12 concorrentes a prefeito em 2020, tudo indica que os eleitores de Porto Alegre voltarão às urnas no primeiro domingo de outubro de 2024 com menos opções à disposição. Até o momento, há um número reduzido de postulantes e aglutinações à direita e à esquerda. No pleito marcado para 6 de outubro de 2024, estarão em jogo 5.570 prefeituras, incluindo a da Capital, e quase 60 mil cadeiras em câmaras de vereadores espalhadas pelo país.
Virtual candidato à reeleição, o prefeito Sebastião Melo (MDB) constitui em torno de si uma ampla aliança que abriga partidos de centro e direita. A tendência é de repetição da chapa com o vice Ricardo Gomes (PL), o que neutraliza o surgimento de um adversário competitivo no campo conservador. Somando forças, o bloco de Melo já detém mais da metade do tempo de propaganda de rádio e TV.
Na oposição, as federações lideradas por PT e PSOL negociam uma frente de esquerda, mas esbarram na equação para definir os nomes. O único consenso aparente indica a propensão ao protagonismo feminino.
No PT, as deputadas Maria do Rosário e Sofia Cavedon se lançaram internamente. Em vantagem, Rosário deve ser ungida até novembro como escolha do partido, que sonha em encerrar o jejum de 20 anos fora da prefeitura.
Em federação com os petistas, o PCdoB apresentou Manuela D'Ávila, derrotada por Melo na eleição passada, mas ex-deputada está morando nos Estados Unidos e os pretensos aliados a veem distante de nova candidatura.
O PSOL chegou a sugerir o ex-governador Olívio Dutra (PT) e o vereador Pedro Ruas (PSOL) como nomes de consenso, mas Olívio apressou-se em recusar, e Ruas não foi considerado pelos petistas. Agora, os socialistas mencionam as deputadas Fernanda Melchionna e Luciana Genro como opções para encabeçar a chapa e reivindicam a realização de prévias para definir a composição.
Pela centro-esquerda, PDT e PSB também cogitam integrar a frente oposicionista, ao mesmo tempo em que consideram correr em faixa própria.
Estimulado pelo governador Eduardo Leite, o PSDB planeja lançar uma candidatura de centro. Preferida de Leite, a deputada Nadine Anflor avalia aceitar a missão — para disputar, ela teria de transferir o domicílio eleitoral de Getúlio Vargas para a Capital.
Quem tenta receber o apoio dos tucanos é o deputado estadual Thiago Duarte, pré-candidato pelo União Brasil. Já o Novo deve indicar o deputado Felipe Camozzato ou vereadora Mari Pimentel.
Nono maior colégio eleitoral do país, Porto Alegre tem 1,1 milhão de eleitores. Nesse contingente, 55% são mulheres e 61% estão na faixa entre 25 e 59 anos.