A Polícia Federal (PF) prendeu o fazendeiro paraense Arilson Strapasson na tarde desta quinta-feira (3) por ameaças ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O fazendeiro teria dito que ia "dar um tiro" em Lula e chegou a tentar descobrir o hotel em que Lula se hospedará em Santarém para a Cúpula da Amazônia, marcada para ocorrer entre 4 e 9 de agosto.
Segundo nota da PF, o fazendeiro teria proferido ameaças ao presidente enquanto comprava bebidas em uma loja nesta terça-feira (2). "Enquanto realizava a compra, o homem teria dito que daria um tiro na barriga do presidente e perguntado aos presentes se sabiam onde ele se hospedaria quando fosse ao município."
Uma das testemunhas do ocorrido realizou uma denúncia que levou a abertura de inquérito e, na tarde desta quarta, à prisão de Strapasson.
8 de janeiro
De acordo com a PF, o suspeito ainda teria dito aos policiais que participou dos atos golpistas de 8 de janeiro e que invadiu o salão verde da Câmara dos Deputados. Além disso, teria participado de manifestações em frente ao 8º Batalhão de Engenharia de Construção em Santarém por 60 dias e que financiou a manifestação com R$ 1 mil todos os dias.
O Mistério da Justiça confirmou a prisão e compartilhou que o fazendeiro responderá ao artigo 15, da Lei nº 1.802/1953, por "incitar publicamente ou preparar atentado contra pessoa ou bens, por motivos políticos, sociais ou religiosos". A pena é de reclusão de um a três anos.
Além disso, também deve responder ao artigo 147 do Código Penal: "Perseguir alguém, reiteradamente e por qualquer meio, ameaçando-lhe a integridade física ou psicológica, restringindo-lhe a capacidade de locomoção ou, de qualquer forma, invadindo ou perturbando sua esfera de liberdade ou privacidade". Neste caso, é reclusão, de seis meses a dois anos, e multa.
De acordo com a agenda da Presidência, Lula deveria chegar em Santarém na tarde desta quinta-feira (4). Outras autoridades, como ministros de governo e ministros do STF, também participação dos eventos da Cúpula.
Em suas redes sociais, o ministro da Justiça, Flávio Dino, disse que "mesmo após o fracasso dos atos golpistas de 8 de janeiro, ainda existem pessoas que ameaçam matar ou agredir fisicamente autoridades dos Poderes da República". "Isso não é 'liberdade de expressão'", reiterou.