O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quinta-feira (3), que a negativa do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em relação ao pedido da Petrobras de exploração de petróleo próximo à foz do Amazonas não é definitiva. Lula disse que logo deve haver uma decisão sobre o assunto. Em sua avaliação, a margem equatorial "deve ter petróleo" — e, segundo ele, fica a uma distância longe da foz.
A declaração ocorreu durante entrevista a pool de rádios da Amazônia. Lula foi questionado se o Amapá pode "continuar sonhando com petróleo jorrando progresso" para o Estado.
—Eu vou dizer que vocês podem continuar sonhando e eu também quero continuar sonhando”, disse. “Primeiro, nós temos que pesquisar, nós temos que saber se tem aquilo que a gente pensa que tem, e quando a gente achar, a gente vai tomar uma decisão do Estado brasileiro. O que a gente vai fazer? Como é que a gente pode explorar? Como é que a gente vai evitar que um desastre qualquer possa prejudicar a nossa querida margem do Oceano Atlântico na Amazônia?— destacou Lula.
A prospecção de óleo nos trechos próximos à foz do Amazonas é alvo de disputa. Ambientalistas dizem que o risco de danos aos biomas locais é grande demais para liberar a exploração.
— Nessa margem equatorial deve ter petróleo e ela fica a uma distância a muitos quilômetros da margem. Estamos em processo de discussão interna e acho que, logo logo, vamos ter uma decisão do que vamos fazer — pontuou.
Para o chefe do Executivo, o que não se pode deixar de fazer é pesquisar.
— Primeiro, a gente tem que fazer a pesquisa, se a pesquisa constatar que a gente tem o que a gente pensa que tem lá embaixo, aí sim nós vamos fazer a segunda discussão. Como fazer para explorar sem causar nenhum prejuízo a qualquer espécie amazônica? — indagou.
Reservas
A expectativa abrange reservas que podem variar entre 10 bilhões a 30 bilhões de barris de óleo equivalente, o que significaria reservas entre US$ 770 bilhões a US$ 2,3 trilhões. Se tudo for autorizado, o início de produção está previsto para 2030. A exploração geraria uma nova fonte de recursos para estados da região.
“Nós estamos vendo o Suriname explorando petróleo, a Guiana explorando petróleo e eu acho que Trinidade e Tobago já está explorando. Nessa margem equatorial deve ter petróleo e ela fica uma distância muitos quilômetros longe da margem e nós vamos então pesquisar”, afirmou Lula nesta quinta-feira.
O processo de licenciamento ambiental do bloco FZA-M-59 foi iniciado em 4 de abril de 2014, a pedido da BP Energy do Brasil, empresa originalmente responsável pelo projeto. Em dezembro de 2020, os direitos de exploração de petróleo no bloco foram transferidos para a Petrobras.