Em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, nesta quarta-feira (30) o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse que o governo não teme manifestações de caráter golpista na próxima semana, quando será celebrado o 7 de Setembro, data da independência do Brasil.
— O que vejo na dinâmica da política, de janeiro para cá, é um crescimento de simpatia ao governo vigente e de amenização da polarização. Cada vez menos pessoas defendem o uso da violência para protestar — disse.
Dino foi questionado sobre a legalidade das prisões que ocorreram durante as investigações dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro — quando manifestantes bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes dos três poderes, em Brasília — e declarou que todas as detenções foram baseadas na Constituição.
— A legislação está sendo bem aplicada. Por exemplo, 90% das pessoas que foram presas pelos atos de 8 de janeiro estão em casa atualmente, algumas com tornozeleira eletrônica, outras não. As prisões preventivas foram baseadas na Constituição — pontuou.
Na entrevista, o ministro da Justiça e Segurança Pública ainda defendeu a indicação de Cristiano Zanin para o Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro, levado à Corte pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem sido alvo de críticas de aliados do govenro, por causa de posicionamentos recentes.
— As pessoas têm visões diferentes sobre um ou outro item. É preciso debater com calma. Tenho certeza que o ministro Zanin fará um grande trabalho — comentou Dino.
Reforma ministerial
Questionado sobre eventual preocupação no PSB, partido que integra, com risco de perder cargos na reforma ministerial que Lula deve fazer em breve, Flávio Dino ressaltou ter confiança nas decisões do chefe do Executivo brasileiro.
— É claro que defendo o PSB, mas temos muitos membros do partido ocupando cargos no governo. O presidente Lula está montando esse quebra-cabeça e acredito que concessões são sempre necessárias. Tenho certeza que o vice-presidente Geraldo Alckmin (também do PSB) está defendendo os interesses do partido e do Brasil — garantiu.