O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, no domingo (13), que as prisões de seus ex-auxiliares tiveram o objetivo de forçar delações premiadas e atingi-lo. As declarações foram dadas durante uma entrevista ao canal Te Atualizei, do YouTube.
O canal escolhido por Bolsonaro é de Bárbara Destefani, que já foi alvo de investigação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por propagar informações falsas e ataques ao sistema eleitoral. Por ordem da Corte, os perfis dela ficaram fora do ar entre janeiro e junho.
Sorridente e, aparentemente, descontraído, o ex-presidente não mencionou a operação da Polícia Federal (PF) que investiga a venda de joias que ele recebeu enquanto ocupava a Presidência da República.
Na sexta-feira (11), a PF vasculhou quatro endereços ligados a pessoas próximas do ex-presidente, em busca de provas de um suposto esquema de venda de joias e bens de alto valor com que Bolsonaro foi presenteado em agendas oficiais. Para a PF, ele estaria envolvido no esquema e teria recebido dividendos das transações em dinheiro vivo.
Sem falar na investigação, Bolsonaro mencionou as prisões dos ex-ajudantes de ordens, Mauro Cesar Barbosa Cid e Luis Marcos dos Reis. Os dois foram presos em maio, na investigação de fraudes nos cartões de vacinação do ex-presidente e da filha dele.
— Eu tenho dois auxiliares diretos meus presos há 90 dias. Tenho dois que não eram diretos meus que estão presos ainda, são da ativa, que são o Cid, mais o sargento Reis — comentou Bolsonaro.
Em seguida, o ex-presidente disse que o objetivo das prisões seria forçar delações premiadas.
— O objetivo é sempre uma delação premiada. Vai delatar o quê? E o outro (objetivo) é me atingir — completou.
Antes de mencionar os aliados presos, Bolsonaro disse que a CPI do 8 de Janeiro "está indo muito bem":
— Logicamente não esqueço o sofrimento das 200 e poucas pessoas. São seis meses presos — disse, em relação aos detidos por suposta participação nos atos antidemocráticos na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
Ainda durante a entrevista, o ex-presidente reforçou que continuará atuando nos bastidores da política e nas próximas eleições.
— O grande jogo vai ser em 2026 — enfatizou.