O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a bancar a atual titular Nísia Trindade no comando do Ministério da Saúde. Na cerimônia de sanção do novo programa Mais Médicos, nesta sexta-feira, ele afirmou que algumas pessoas não são "trocáveis".
— A Nísia não é ministra do Brasil, ela é minha ministra. Tem ministros que não são trocáveis — disse o presidente da República.
A afirmação se dá em meio à pressão do Centrão, que negocia a entrada no governo. O grupo sonha em comandar o Ministério da Saúde. Lula disse ter orgulho da escolha que fez para a pasta e afirmou que ela só perderá o cargo se não cumprir sua função satisfatoriamente.
Lula ainda declarou que lê notícias todos os dias sobre mudanças nos ministérios, e brincou que só faltaria ele próprio "se trocar".
— O Congresso pode ter o defeito que vocês quiserem, mas é a cara de vocês no dia da eleição — disse o petista sobre o Congresso Nacional, com o qual tenta estreitar relações.
Nísia foi uma das ministras que participou da cerimônia, realizada no Palácio do Planalto. Ao ser anunciada para discursar, ela foi ovacionada pela plateia do local sob o coro de "Mulher guerreira do povo brasileiro".
Novo Mais Médicos
Com a sanção do novo Mais Médicos, fica instituída a Estratégia Nacional de Formação de Especialistas para a Saúde, que deve incluir mais 15 mil profissionais na atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS) em 2023. A prioridade é para regiões com maior vulnerabilidade socioeconômica.
Na cerimônia, Lula também criou um Grupo de Trabalho Interministerial que elaborará regras para reservas de vagas a médicos com deficiência e de grupos étnico-raciais. O GT, coordenado pelo Ministério da Saúde, terá a participação das Pastas da Igualdade Racial, dos Direitos Humanos e Cidadania, da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos e do Planejamento.