O líder da bancada do PDT na Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Loureiro, rebateu, nesta quarta-feira (21), as críticas direcionadas ao seu partido, no dia anterior, pelo deputado Luiz Fernando Mainardi, líder da bancada do PT. O petista afirmou, na terça (20), que o PDT abandonou as pautas dos trabalhadores.
— Não tem sentido o que ele (líder da bancada do PT) disse. O PDT sempre esteve e continuará comprometido com a causa dos trabalhadores. Votamos contra a reforma da previdência e contra a venda da Corsan. Sobre o IPE, entendemos que, para o seu fortalecimento, é necessária uma reestruturação — disse Loureiro.
A manifestação de Loureiro é uma resposta à opinião externada, no dia anterior, pelo líder da bancada do PT. Em entrevista sobre a votação do projeto de reforma do IPE Saúde, Mainardi afirmou que o PDT abandonou as suas pautas e foi cooptado pelo governo Leite.
— O PDT abandonou a causa dos trabalhadores, a previdência pública, o IPE, a defesa das estatais, do patrimônio público. O Eduardo Leite acertou em cooptar o PDT — disse o petista, ao projetar a votação, na tarde de terça.
Reforma do IPE Saúde aprovada por 36 a 16
O projeto de reforma do IPE Saúde foi aprovado com 36 votos favoráveis e 16 contrários. Os quatro deputados estaduais do PDT votaram “sim” para a proposta do governo Leite. Já os 11 deputados do PT disseram “não” ao projeto.
A ex-deputada estadual Juliana Brizola, que atualmente ocupa o cargo de coordenadora da bancada do PDT na Assembleia, disse compreender a posição dos deputados do partido, ainda que discorde. Ela lembra que o PDT integra a base de apoio ao governo Leite, o que pressupõe apoio aos projetos do Piratini.
— A bancada do PDT fechou questão para apoiar o projeto. Eu particularmente lamento. A gente sabe que o caminho do Eduardo Leite não é próximo do caminho do PDT. A cartilha dos neoliberais sempre foi tirar direitos dos trabalhadores. E nós, do PDT, o contrário. E o PDT compõe o governo Leite, então também seria incoerente não votar junto — argumenta Juliana Brizola.
O projeto do IPE Saúde foi aprovado sob contestação de sindicatos que representam servidores públicos estaduais. Um grupo de manifestantes chegou a bloquear os acessos à Assembleia Legislativa, para tentar impedir a votação da proposta. Durante a tarde, a Brigada Militar foi acionada e desobstruiu as entradas do Legislativo, garantindo a votação.
Entenda as mudanças
Atualmente, o servidor que adere ao IPE Saúde tem um desconto mensal de 3,1% do salário e não paga pela inclusão de dependentes.
Quando as mudanças entrarem em vigor, o que deve ocorrer em outubro, o desconto mensal dos servidores subirá para 3,6%. Além disso, passará a ser cobrado um valor variável — de R$ 49,28 a R$ 439,16 — para inclusão de cada dependente, conforme a idade da pessoa incluída.
O projeto também prevê uma trava para limitar o quanto pode ser descontado de cada servidor. Pela regra, o custo total do IPE Saúde será de, no máximo, 12% dos vencimentos do titular do plano.