Os valores pagos a médicos por procedimentos e consultas realizados pelo IPE Saúde serão reajustados no fim de outubro, momento em que também haverá aumento da cobrança dos servidores que utilizam o plano. A previsão foi feita, nesta terça-feira (27) pelo governo do Estado em reunião com o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers).
O encontro desta quarta marcou o início das negociações sobre o reajuste dos honorários – promessa feita pelo governo durante a discussão da reforma do IPE Saúde, aprovada há uma semana pela Assembleia Legislativa.
— O projeto foi aprovado, mas o IPE continua tendo déficit até outubro. Os efeitos da mudança faremos a partir do ingresso de receita, no fim de outubro — projetou o presidente do IPE Saúde, Bruno Jatene.
Nos próximos 45 dias, o governo do Estado vai definir os aumentos nos honorários médicos, considerando as opiniões das entidades médicas. Jatene garante que os reajustes de procedimentos e consultas levarão em conta não apenas os interesses do sindicato dos médicos, mas também dos usuários do plano.
— Temos agora uma questão importante que é a discussão sobre as prioridades (de reajustes). Vamos considerar a visão das entidades médicas, mas também aquilo que é de necessidade dos próprios usuários — afirmou Jatene.
O reajuste dos honorários não será linear, isto é, terá percentuais variáveis conforme a avaliação dos técnicos do IPE Saúde.
As mudanças no IPE Saúde devem ampliar a arrecadação do plano em R$ 720 milhões ao ano. Desse montante, até R$ 140 milhões serão usados para ampliar os pagamentos de médicos. O Simers desejava mais, contudo diz compreender a situação do Estado.
— O governo está fazendo o que é possível. Evidentemente gostaríamos que houvesse um reajuste maior — disse o presidente do Simers, Marcos Rovinski.
Com algumas exceções, os procedimentos realizados por médicos vinculados ao IPE Saúde estão com valores defasados desde 2011. A tendência é que a maior parte dos reajustes seja destinada a esses pagamentos. Já as consultas médicas do IPE tiveram aumento de valor pela última vez em 2018.
— Tem alguns procedimentos que são nitidamente defasados, como parto, visita hospitalar em clínica e algumas cirurgias — destaca o Rovinski.
Uma nova reunião entre as partes está marcada para 12 de julho, quando o governo do Estado deve apresentar uma proposta detalhada dos reajustes. A partir de então, o sindicato deve convocar uma assembleia da categoria para reavaliar a paralisação que provoca restrições em parte dos atendimentos de profissionais vinculados ao IPE Saúde.