O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), disse nesta sexta-feira (5) que recorrerá contra a decisão do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que enfraqueceu o grupo na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito sobre os ataques às sedes dos poderes em 8 de Janeiro.
Pacheco indeferiu apelação de Marinho contra uma manobra regimental de Randolfe Rodrigues (Rede-AP) para tirar do bloco liderado pelo PL uma vaga na CPI e a dar ao bloco do PT. A decisão do presidente do Senado foi publicada mais cedo no Diário do Congresso Nacional.
O novo recurso de Marinho será à Comissão de Constituição e Justiça do Senado. De acordo com ele, a interpretação do regimento que validou a manobra de Randolfe foi casuísta. O senador, porém, disse que não deve haver judicialização do caso .
— Espero que não seja uma manobra de procrastinação da CPI — disse Marinho a jornalistas.
Ele afirmou que só uma "catástrofe do ponto de vista legal" impediria a instalação da CPI mista, e que a oposição fará sua parte para não haver "desculpa" que impeça a comissão de funcionar.
O presidente do Senado leu o requerimento de criação da CPI na sessão do Congresso Nacional, que reúne senadores e deputados, de 26 de abril.
Os opositores querem a CPI para tentar emplacar a versão de que o governo foi negligente com a segurança naquele dia e, por isso, também tem responsabilidade sobre os ataques. Marinho declarou que ministro da Justiça, Flávio Dino, precisa comparecer à CPI para explicar o "apagão" na área.
Governistas, nas últimas semanas, passaram a se dizer favoráveis à investigação. A estratégia seria construir maioria na CPI e usar a comissão para aumentar a pressão sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu grupo político.