O chefe de gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), Jorge Luiz Fernandes, teria recebido R$ 2,014 milhões em depósitos de três ex-servidores do filho "02" do ex-presidente Jair Bolsonaro e de três funcionários que ainda trabalham para ele na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, de acordo com laudo do Laboratório de Tecnologia de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro do Ministério Público do Rio (MP-RJ), que registrou as movimentações financeiras de Fernandes.
Os dados obtidos pelo MP, divulgados pelo jornal O Globo e confirmados pelo Estadão, reforçam as suspeitas da prática de peculato, conhecida como "rachadinha", no gabinete de Carlos.
A Justiça do Rio de Janeiro determinou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Carlos Bolsonaro, com a medida sendo autorizada pela 1ª Vara Especializada de Combate ao Crime Organizado do Rio. A quebra também atingiu outras 26 pessoas e empresas.
A apuração foi aberta após reportagem publicada pela revista Época revelar que duas pessoas nomeadas como assessoras parlamentares afirmaram que, na verdade, nunca exerceram funções no gabinete de Carlos.
Carlos Bolsonaro também teria feito aquisições de bens de alto valor e pago com dinheiro em espécie. Em setembro do ano passado, foi revelado que, em 2003, ele teria pago R$ 150 mil em dinheiro ao comprar um apartamento no bairro da Tijuca, na zona norte do Rio de Janeiro. O episódio foi citado pelo MP-RJ ao pedir a quebra de sigilos do vereador.
Ainda, como revelado em 2019, duas pessoas nomeadas como assessores no gabinete de Carlos na Câmara nunca emitiram crachá funcional nem registraram entrada como visitantes na sede do Legislativo municipal do Rio, onde supostamente trabalhavam. Mesmo se exercer função externa, o servidor precisaria fazer uma dessas duas coisas para comprovar presença no trabalho, segundo a Câmara informou à época.