A Polícia Federal (PF) faz nesta sexta-feira (12) buscas na casa do capitão de corveta da reserva Marcelo da Silva Vieira, que era chefe do setor de documentação histórica da Presidência, no Rio de Janeiro. Ele era responsável por classificar os presentes recebidos pelo presidente, à época Jair Bolsonaro, indicando se deveriam ficar com ele ou entrar para o acervo da União. Vieira foi demitido em janeiro deste ano, com a troca de governo.
Os policiais buscam documentos na investigação sobre o caso das joias. Ele prestou depoimento há um mês e implicou Bolsonaro (PL) na tentativa de liberar os presentes.
Segundo o G1, o motivo da operação é a apreensão do celular de Vieira. Em depoimento no mês passado, ele teria prometido à PF entregar o telefone para perícia, no entanto, não o fez. A Justiça de Guarulhos negou o pedido de apreensão, mas houve recurso ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), que expediu o mandado.
Vieira narrou à PF que participou de uma ligação com Bolsonaro e o então ajudante de ordens da Presidência, o tenente-coronel Mauro Cid, em dezembro de 2022, sobre a liberação das joias, dadas como presente pela Arábia Saudita à Presidência do Brasil e que foram trazidas ao país por meios ilegais e, por isso, acabaram apreendidas pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos. O capitão afirmou ter se negado a assinar um documento para a Receita entregar o conjunto de colar, brincos, relógio e anel avaliado em R$ 16,5 milhões.
A versão de Vieira é que Mauro Cid pediu que ele fizesse um ofício pedindo a incorporação das joias ao acervo da Presidência. O capitão afirma ter explicado que não poderia fazê-lo porque estaria além de suas funções.