O presidente Luiz Inácio Lula da Silva escolheu na quinta-feira (27) o novo ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Apesar das ressalvas de integrantes do governo federal, que preferiam um civil para o posto, um militar de alta patente estará à frente do GSI: o general Marcos Antônio Amaro dos Santos.
O atual responsável pelo GSI é Ricardo Cappelli, indicado como interino após a demissão do general Gonçalves Dias. Responsável pela segurança de Lula durante a campanha eleitoral, Dias foi flagrado em imagens do circuito de segurança do Palácio do Planalto durante a invasão de 8 de janeiro. As cenas mostram o general sereno, sem confrontar os invasores.
Com 65 anos, Amaro dos Santos ocupou a chefia da Casa Militar durante o segundo mandato da ex-presidente Dilma Rousseff e chegou a ser descrito nos bastidores como "sombra" da então mandatária. Ele também costumava acompanhar a ex-presidente nos seus tradicionais passeios de bicicleta.
Amaro foi indicado por Dilma após uma reforma ministerial, em 2015. Na época, o Gabinete de Segurança Institucional e deixou de ser classificado como ministério, sendo integrado à Secretaria de Governo como Casa Militar.
Em abril de 2020, durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, o general foi nomeado chefe do Estado-Maior do Exército Brasileiro. Também no governo passado, foi comandante militar do Sudeste.
O general nasceu na cidade de Motuca, no interior de São Paulo. É casado com Rosa Tiglia Amaro dos Santos e tem dois filhos, Marcos e Rafael, ambos oficiais do Exército Brasileiro.
Carreira
Amaro está há 49 anos no serviço militar e já comandou, entre outras, a 3ª Divisão de Exército, a Escola Preparatória de Cadetes do Exército, entre 2004 e 2005, e a Secretaria de Economia e Finanças do Exército Brasileiro, em 2018. Cursou MBA em Excelência Gerencial com ênfase em Gestão Pública, pela FAAP, e MBA Executivo em Administração, pela FGV.
O militar também teve passagem pelos Estados Unidos, entre 1987 e 1988, onde realizou cursos de artilharia e artilharia de campanha. Em 2006, realizou o Curso de Política, Estratégia e Alta Administração do Exército, na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército. Entre 2007 e 2010, atuou como Chefe da Divisão de Inteligência do Centro de Inteligência do Exército.
O general foi instrutor da Academia Militar das Agulhas Negras e da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais. Exerceu ainda o cargo de adjunto da Casa Militar da Presidência da República e do Gabinete de Segurança Institucional do Planalto, além de ter sido Adido Militar na Embaixada do Brasil no Suriname.