O ministro interino do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Ricardo Cappelli, determinou nesta quinta-feira (27) a exoneração de mais 58 servidores servidores da pasta. Na quarta-feira (26), outros 29 funcionários haviam sido dispensados do órgão, incluindo quatro que ocupavam postos de comando. O total de demitidos chega, agora, a 87 servidores.
As medidas foram tomadas por determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em um movimento que tem sido classificado por seus assessores no Palácio do Planalto como a "desbolsonarização" do órgão, que contava com quadros ligados ao ex-ministro da pasta, o general Augusto Heleno Ribeiro Pereira. As novas exonerações serão publicadas no Diário Oficial da União de sexta-feira (28). Segundo o GSI, as demissões são parte de uma "renovação do quadro de funcionários".
Cappelli assumiu interinamente o comando do GSI no último dia 19, imediatamente após a queda do general Marco Edson Gonçalves Dias por ter sido flagrado interagindo com invasores do Planalto nos atentados golpistas de 8 de janeiro. Cappelli foi incumbido por Lula de realizar um "raio x" na pasta para identificar possíveis participantes da tentativa de golpe.
O ministro também exonerou o ex-chefe de gabinete da secretaria-executiva do GSI, Jorge Henrique Luz Fontes.
Em depoimento à Polícia Federal (PF) na última sexta-feira (21), Gonçalves Dias disse que ocorreu um "apagão" de inteligência no GSI durante a tentativa de golpe do dia 8 de janeiro.
Imagens divulgadas por Cappelli a mando do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mostram efetivo reduzido do GSI e do Batalhão da Guarda Presidencial na defesa do Planalto no momento em que ocorreu a invasão.