O presidente Luiz Inácio Lula da Silva alertou, nesta quarta-feira (8), durante reunião do Conselho Político do governo, que quanto mais o tempo passa, "mais caro" fica para aprovar projetos no Congresso. Apesar do início do ano legislativo e de ter obtido vitórias com a reeleição de Arthur Lira (PP-AL) ao comando da Câmara dos Deputados e a de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) à Presidência do Senado, o petista ainda não conseguiu fechar sua base aliada.
Partidos como o União Brasil e o PSD, que têm três ministros no governo cada, estão rachados e não garantem todos os votos de suas respectivas bancadas para o Planalto, enquanto Lula e a equipe econômica têm pressa para aprovar a reforma tributária e o novo arcabouço fiscal.
Além disso, o Palácio do Planalto articula o apoio do Congresso em outros temas considerados "delicados", como a medida provisória que retomou o voto de desempate a favor do Ministério da Fazenda nos julgamento do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf) e a que transferiu o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Banco Central para a Fazenda.
— Quando vocês veem o Padilha chegar a uma reunião dessa, com um catatau de folhas como esse, ninguém gosta de receber o Padilha, porque ele vem com uma demanda muito grande no Congresso Nacional. Não tem mais por que a gente não estar resolvendo todas as demandas que estão aparecendo para o Padilha, Jaques Wagner, Randolfe, José Guimarães — declarou Lula, em referência ao ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, responsável pela articulação política do Planalto com o Congresso, e aos líderes do governo no Legislativo.