O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, se mudaram oficialmente para o Palácio da Alvorada, a residência oficial da Presidência, na segunda-feira (6). A mudança do casal ocorreu somente 36 dias após a posse de Lula. Durante todo este período, o presidente se hospedou no hotel Meliá, no centro de Brasília, onde a diária chega a custar R$ 5 mil.
A indefinição sobre o uso do Alvorada por Lula e Janja foi alvo de queixas constantes do casal e de aliados de Lula desde o período da transição. A primeira-dama chegou a levar uma equipe de ao palácio, para mostrar que ele estava em más condições após a desocupação pelos antigos moradores, Jair Bolsonaro e Michelle Bolsonaro. Na ocasião, Janja percorreu todo o local e expôs a presença de manchas em carpetes, danos a obras de arte e a falta de mobília na residência.
Em evento com movimentos sociais na última terça-feira (31), Lula chegou a brincar que era um "presidente sem palácio", numa referência ao Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), que estava representado na cerimônia. As críticas ao estado de conservação do Alvorada após o governo Bolsonaro foram constantes durante a transição e, sobretudo, após a posse.
No final do ano passado, Lula chegou a visitar a Granja do Torto, a residência de veraneio da Presidência, que foi ocupada pelo ex-ministro Paulo Guedes durante os quatro anos de governo Bolsonaro, mas constatou que o espaço também demandaria reparos. A primeira-dama Janja teria vetado a ida para o Torto.
A mudança tardia de Lula para o Alvorada também ocorreu por causa da demora de Bolsonaro para desocupar a residência. O ex-presidente só deixou o local na véspera de perder o mandato, no dia 30 de janeiro. O petista chegou a designar durante o período da transição de governo o recém-nomeado ministro da Casa Civil, Rui Costa, para que acelerasse a retirada da família Bolsonaro do palácio, mas as tentativas não deram resultado.