A senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS) afirmou, nesta quinta-feira (12), que o foco da comissão parlamentar de inquérito (CPI) proposta por ela, para investigar os atos golpistas ocorridos no último domingo (8) em Brasília, não será os responsáveis pelas invasões e pelo quebra-quebra nas sedes dos três poderes, mas sim nos autores intelectuais e financiadores do movimento. Segundo a parlamentar, aqueles que participaram dos tumultos na capital federal foram usados como "massa de manobra".
— Nós pretendemos buscar os financiadores e os autores intelectuais, e não exatamente quem quebrou a vidraça X ou Y. Essas pessoas já estão sendo investigadas, muitas já estão detidas e presas. O nosso intuito é maior. É buscar realmente quem estava por trás, quem estava dando tamanha segurança para que pessoas praticassem esses atos.
Em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, Soraya também afirmou que deseja construir uma CPI "imparcial", pois, conforme ela, a ideologia dos envolvidos não será julgada, mas sim os atos violentos registrados no último domingo.
— Aqueles atos que nós vimos de depredação, de vandalismo, que muitos estão classificando como terrorismo, não tem nada de ideológico ali. Nós iremos fazer um trabalho imparcial. É importante dizer que ninguém vai analisar a ideologia de ninguém. São atos e condutas que causaram um dano material, mas, pior do que isso, afetaram a nossa democracia. Foi uma tentativa de golpe — afirmou.
— Estão falando em terrorismo e tudo (sobre o nome da CPI). Mas eu prefiro que (o nome) seja da investigação dos atos antidemocráticos. Acho que fica mais imparcial — completou.
Segundo a senadora sul-mato-grossense, o texto para a abertura da CPI já teria 63 assinaturas, número superior às 27 necessárias. No entanto, Soraya explica que há necessidade de se aguardar a mudança na legislatura do Congresso, em 2 de fevereiro, para dar início aos trâmites da comissão.