O presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitiu, neste sábado (21), o general Júlio César de Arruda do cargo de comandante do Exército. Em seu lugar, entrará o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, atual comandante militar do Sudeste. As informações são do portal G1.
Júlio César de Arruda havia assumido o cargo interinamente em 30 de dezembro de 2022, escolhido pelo governo Jair Bolsonaro. A troca ocorreu no final do ano passado por conta de uma combinação entre as equipes dos presidentes, que firmaram acordo para que a mudança do comando ocorresse antes da posse do petista.
A confirmação do interino no cargo foi feita pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, somente no dia 6 de janeiro deste ano. No dia 8, bolsonaristas radicais invadiram e vandalizaram o Palácio do Planalto, o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional, em Brasília. O ocorrido pode ter influenciado na decisão de Lula, que criticou, em entrevista, a atuação da Inteligência das Forças Armadas em relação aos ataques.
Antes de ser demitido do cargo de comandante do Exército, Júlio César de Arruda participou de uma reunião com o presidente e o ministro da Defesa na última sexta-feira (20). Outras autoridades ligadas às forças de segurança também participaram do encontro, que terminou com o ministro da Defesa afirmando não ver um envolvimento "direto" das Forças Armadas nos ataques em Brasília.
Múcio também afirmou que os comandantes concordavam que providências fossem tomadas contra militares que estivessem envolvidos nos atos golpistas. Contudo, Júlio César de Arruda foi demitido neste sábado.
O substituto, Tomás Miguel Ribeiro Paiva, iniciou sua carreira militar em 1975, quando entrou na Escola Preparatória de Cadetes do Exército, em Campinas (SP). Teve atuações importantes nas Forças Armadas, participando da missão do Brasil no Haiti e comandando a operação responsável por pacificar os complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro.
O militar também foi ajudante de Ordens do Presidente da República e Assessor Militar do Brasil junto ao Exército do Equador, além de chefiar o Gabinete do Comandante do Exército, em Brasília, e comandar a 5ª Divisão de Exército, em Curitiba (PR).
Em 2019, assumiu o posto de general de Exército, o mais alto da carreira militar. Na época, passou a integrar o Alto Comando do Exército, órgão colegiado onde são discutidos temas da Política Militar Terrestre e assuntos de interesse do comandante do Exército, cargo que ele passa a ocupar a partir de agora.