Grupos de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) começaram a divulgar com intensidade mensagens por meio de aplicativos organizando caravanas para levar manifestantes de todo o país para Brasília desde terça-feira (3) passada. As viagens começaram na última sexta (6).
As mensagens convocavam os extremistas e falavam em enfrentamento às forças policiais.
O plano era tomar os palácios dos três poderes, acampar no interior dos prédios, além de bloquear refinarias de combustível em todo país. E assim provocar o caos para levar à intervenção militar, com a deposição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Oferecia-se ônibus de graça — a maioria saiu da frente de quartéis. Em Jundiaí (SP), por exemplo, partiram da frente do 12º Grupo de Artilharia de Campanha.
Em mensagem, os bolsonaristas queriam unir policiais e militares da reserva das Forças Armadas. Também convocaram caçadores, atiradores e colecionadores de armas. Queriam pessoas com experiência militar para enfrentar as forças de segurança. Prometiam aos que fossem a Brasília: "Tudo pago. Água, café, almoço e janta. Ficará acampado no Planalto".
— O povo do agro me chamou e já me contratou 3 mil ônibus de diferentes áreas do Brasil — disse, em áudio, um organizador de protestos bolsonaristas.
— A gente vai tomar o poder. Agora vamos mostrar o que é gente do bem quando resolve ser do mal. Iremos fazer uma reintegração da posse das casas do poder — o homem diz, com mensagens exibindo armas.
Em outras, pedia-se o fechamento de rodovias e ensinavam como fazer uma máscara de gás lacrimogêneo caseira. No domingo (8), a estratégia era clara.
— O Congresso é nosso! Vamos tomar posse dele!! Com cavalaria ou sem cavalaria, nada vai nos parar — disse um extremista.
Às 10h58min, outra convocação dizia:
— Hoje teremos a tomada dos Três Poderes! E invasão no Congresso. Será um dia de guerra. O primeiro passo para a rebelião de resistência civil. Todos estaremos prontos para a Guerra!
Às 12h, diziam:
— Nós vamos tomar o poder.