O PDT e o PSB, siglas que circulam no campo da centro-esquerda, estão próximas de anunciar a participação no segundo mandato de Eduardo Leite (PSDB). A confirmação, contudo, depende de governo eleito e partidos chegarem a um acordo sobre quais secretarias cada um comandará.
O PDT pode engrossar a base de apoio a Leite na Assembleia com os quatro deputados estaduais que elegeu para os próximos quatro anos. A demanda do partido, para selar a aliança, é comandar duas secretarias estaduais. O governo eleito, até aqui, oferece apenas uma. Entre as que interessam à sigla, estão a Educação, pauta histórica da legenda, além de Obras, Agricultura e Turismo. Por ora, o PDT recebeu a oferta de chefiar somente a Secretaria do Trabalho.
Na terça-feira (6), a cúpula do PDT avaliou o convite de adesão feito por Leite. Uma pessoa com acesso ao encontro disse que houve unanimidade dos presentes em favor da participação no governo. O presidente estadual do partido, Ciro Simoni, garante que a decisão não está sacramentada.
— É este ponto que nós estamos. Ele (Leite) nos convidou. Colocamos nomes à disposição. Mas não houve ainda proposta definitiva e, da nossa parte, não temos nada que anunciar. Estamos em conversação. O martelo vai ser batido pela executiva estadual ampliada — afirma Simoni.
A ponderação é de que o partido — que apoiou o tucano na reta final das eleições — foi fundamental para Leite virar o jogo e vencer o pleito.
— O PDT ou estará dentro ou fora. Sem o PDT, o governador não teria ganho a eleição. O PDT criou o ambiente em um campo político — avalia o deputado federal Pompeo de Mattos.
Já o PSB, que atualmente tem dois deputados estaduais, verá a sua bancada na Assembleia se tornar exército de um homem só, a partir de 2023. Apenas Elton Weber renovou mandato de deputado e é um dos nomes aventados na legenda para chefiar uma secretaria.
Partido com raízes na agricultura familiar gaúcha, o PSB tem como um de seus desejos a Secretaria do Desenvolvimento Rural (SDR), pasta que Leite avalia recriar. Outras buscadas pela legenda são Obras e Habitação — atualmente fundidas, mas que podem se desmembrar na próxima gestão.
Leite tem liderado, nos bastidores, uma proposta de reforma nos cargos estaduais, que elevará os vencimentos de cargos comissionados (CCs) em posições estratégicas. O governador reeleito também tem comandado, internamente, o redesenho das secretarias. A expectativa é de que as mudanças sejam anunciadas no início da próxima semana, junto com novos nomes para o secretariado.
Contribuição terá de ser coletiva, diz reeleito
A perspectiva de uma base ampla de apoio no segundo governo de Leite, com partidos de direita, centro e centro-esquerda, exigirá da gestão eleita habilidade na distribuição de postos. O recado dado por Leite é de que todos os partidos terão que abrir mão de espaços desejados.
— É o desafio de formar governo. Sempre haverá algum nível de dificuldade e todos terão que dar a sua contribuição para que a gente possa ter uma formação que corresponda ao que o povo escolheu de forças políticas — disse Leite, na terça.
O futuro governador também considera viva, ainda, a possibilidade de atrair para a base aliada o PL — partido de direita de seu rival nas últimas eleições, Onyx Lorenzoni. Mesmo que a bancada de cinco deputados eleitos pelo PL já tenha decidido adotar a postura de independência diante do futuro governo, Leite terá uma nova conversa com o presidente estadual da legenda, Giovani Cherini.
Até aqui, o reeleito para o Palácio Piratini confirmou apenas um nome de seu futuro secretariado: Artur Lemos (PSDB), atual chefe da Casa Civil, que seguirá no posto.