Por mais de uma década, a baiana Michele Prado foi ativa no ecossistema da extrema direita brasileira. Em 2018, com o presidente Jair Bolsonaro eleito, uma série de acontecimentos dentro dessa bolha radical lhe acendeu um alerta sobre o caráter autoritário e desumanizador do movimento em que estava inserida. Ela decidiu romper com ele e passou a atuar em pesquisas independentes (não acadêmicas) sobre a extrema direita mundial e brasileira. O resultado foi impresso no livro Tempestade Ideológica. Bolsonarismo: a Alt Right e o Populismo Iliberal no Brasil (Lux, 2021), que a alçou à condição de referência para analisar os complexos grupos da direita radical e o que pregam: substituir a democracia liberal, na forma como conhecemos hoje, por um sistema autocrático em que a sociedade volte a ser hierarquizada por gênero, classe e raça. A seguir, Michele alerta para um possível cenário de escalada da violência política, que pode se acentuar após a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, em 1º de janeiro.
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"O objetivo maior é derrubar a democracia liberal", diz pesquisadora sobre atos da extrema direita
Autora de “Tempestade Ideológica. Bolsonarismo: a Alt Right e o Populismo Iliberal no Brasil”, Michele Prado era militante de direita e se afastou ao notar um crescimento do autoritarismo