O coordenador técnico do governo de transição, Aloizio Mercadante, fez duras críticas em relação à situação do governo atual e disse que haverá drásticas mudanças assim que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tomar posse.
— Só de revogaço tem 23 páginas, passando por uma peneira bem fina para avaliar cada medida e suas implicações e avaliar junto com o presidente o que será revogado — disse Mercadante, durante evento de encerramento dos trabalhos dos 32 grupos de transição, realizado nesta terça-feira (13), no teatro do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).
Mercadante, que foi anunciado o futuro presidente do BNDES, afirmou que os documentos apresentam um diagnóstico muito preciso sobre suas diferentes áreas. O coordenador técnico citou ainda que os setores da educação e da saúde estão sofrendo pela falta de recursos.
— O governo disse que a situação fiscal está muito boa. Tá muito boa para quem? Educação não tem livro didático, reajuste de merenda, bolsa de estudos da Capes. Na Saúde, não tem recursos para a Farmácia Popular, tratamento de câncer, em cada uma das áreas. Para qualquer área que a gente tem olhado não tem dinheiro — relatou.
Na lista, Mercadante completou dizendo que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) recebeu o menor valor desde que foi criado, em 20 anos de história.
— Não tem recurso para manutenção das estradas. O diagnóstico é muito difícil — emendou.
Por isso, de acordo com ele, a PEC da Transição é indispensável ao país.
— Temos que pagar R$ 600 em janeiro e espero que os deputados votem o mais rápido possível — pediu.
Segundo o coordenador, não há previsão de receitas para cobrir os buracos que a equipe tem encontrado.
— Conseguimos desenhar nova estrutura de governo sem aumentar gastos com estrutura, racionalizando — concluiu.