O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), disse na tarde desta terça-feira (13) que os grupos extremistas que realizaram ataques na região central de Brasília estão sendo investigados e não têm força para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva em 1º de janeiro de 2023. Dino ainda fez uma analogia com o 13 de dezembro de 1968, quando foi editado o Ato Institucional número 5 (AI5) - uma série de decretos que se tornaram o símbolo dos anos de chumbo da ditadura militar.
— Este 13 de dezembro é a prova de que o Brasil nunca mais vai viver aquele longínquo 13 de dezembro. O presidente 'sainte' vai sair e o presidente 'entrante' vai entrar. Isso serve para modular o que ocorreu ontem. Do ponto de vista histórico, nos causa repulsa. Ao mesmo tempo, temos de modular os efeitos: os grupos extremistas não têm e não terão força para impedir a posse — disse Dino, que também é senador eleito pelo Maranhão.
O futuro ministro ainda afirmou que a Polícia Federal investiga os atos e tenta identificar os responsáveis pela mobilização. O político ainda reiterou que Lula, em nenhum momento da segunda-feira, teve a integridade ameaçada e reforçou o papel das forças de segurança do Distrito Federal, que foram mobilizadas com dezenas de viaturas e policiais nas ruas.
Na avaliação de Dino, apesar dos atos radicais da véspera, os grupos extremistas são cada vez menores. O futuro ministro disse que os atos ainda serão investigados no próximo governo.
— Não é apenas uma orientação política, mas um imperativo da lei. Todas as pessoas estão sendo identificadas, todos os inquéritos cabíveis serão feitos. Lembro que crimes políticos são competência federal. Vamos fazer a maior posse presidencial da história do Brasil — comentou.
O tumulto provocado por grupos de bolsonaristas resultou em diversos prejuízos na área central de Brasília, em especial nas proximidades de hotéis e shoppings da Asa Norte. Equipes da Polícia Militar do Distrito Federal seguem reforçando a segurança do prédio-sede da Polícia Federal (PF), alvo de tentativa de invasão. Os ataques começaram após a prisão, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de um indígena investigado por atos antidemocráticos.
Até o momento, conforme a Secretaria da Segurança Pública do Distrito Federal, não houve prisões de manifestantes que atearam fogo em carros e cinco ônibus, além de terem tentado derrubar um coletivo de cima de um viaduto do Eixo Monumental. Em um posto de gasolina, houve tentativa de obstrução de bombas de gasolina e roubo de botijões de gás, usados em barricadas.