Depois de se reunir com o vice-presidente eleito da República, Geraldo Alckmin (PSB), e com um conselho político, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que o prazo de validade da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da transição ainda é o ruído que impede o avanço da matéria.
Para a dirigente, não é justificável excepcionalizar o Bolsa Família do teto de gastos por apenas um ano, como pressionam setores do mundo político, pelo caminho legislativo.
— Aí tem outros instrumentos — declarou.
De acordo com Gleisi, não há divergências de valores da PEC, apenas do prazo.
— Tem gente que avalia que não dá pra ser indeterminado, gente que avalia que quatro anos do Bolsa Família fora do teto é muito — afirmou Gleisi.
— Não há divergências de valores, tem sim essa questão do prazo — acrescentou, ao ressaltar que o Bolsa Família será excepcionalizado em sua totalidade do teto de gastos, ou seja, os R$ 175 bilhões necessários para manter o benefício em R$ 600 e oferecer o adicional de R$ 150 por criança de até seis anos.
Em seguida, contudo, reiterou a aposta de que o Congresso "terá sensibilidade" para apresentar uma "solução duradoura" para o Bolsa Família.
— Não pode ser um soluço, fazer por um ano e depois renova.
As declarações de Gleisi foram dadas à imprensa após a reunião com o conselho político ampliado da transição, que, segundo ela, mostrou disposição dos partidos para ajudar a construir o caminho para a PEC.
— Falamos do grande desafio que é ter garantia do Bolsa Família no que vem e espaço fiscal para as entregas — relatou, sobre o encontro.