Nesta quarta-feira (17), a Polícia Federal (PF) disse que vê indícios de crime do presidente Jair Bolsonaro (PL) por associar a vacina contra a covid-19 ao risco de desenvolver o vírus da aids. A afirmação consta no relatório parcial da investigação enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela delegada Lorena Lima Nascimento.
De acordo com o documento, os elementos reunidos até o momento apontam para os delitos de incitação ao crime e de provocar alarme à terceiros. O presidente disse, em transmissão ao vivo, no dia 21 de outubro de 2021, que a população do Reino Unido estaria desenvolvendo a síndrome de imunodeficiência adquirida (aids) após a imunização completa contra o coronavírus.
Na mesma transmissão ao vivo, Bolsonaro afirmou, citando um suposto estudo atribuído ao imunologista Anthony Fauci, que "a maioria das vítimas da gripe espanhola não morreu de gripe espanhola, mas de pneumonia bacteriana causada pelo uso de máscara". Na época, as máscaras eram obrigatórias em locais públicos.
A PF diz que, ao espalhar informações falsas, o presidente encorajou a população a descumprir medidas sanitárias preventivas contra o novo coronavírus e gerou alarde anunciando perigo inexistente. O relatório também afirma que Bolsonaro agiu de forma direta, voluntária e consciente.