O Congresso Nacional promulgou nessa quinta-feira (14) a proposta de emenda à Constituição (PEC) que visa reduzir a demanda do Superior Tribunal de Justiça (STJ) com recursos especiais. A promulgação ordena a execução da emenda cria uma espécie de filtro de admissibilidade para esse tipo de recurso. Assim, o recorrente deve mostrar a relevância das questões de direito federal infraconstitucional (que não estejam previstas na Constituição) discutidas na ação.
A proposta tramitou no Congresso por quatro anos e modifica trecho da Constituição Federal que trata das competências do STJ. Dessa forma, a admissão do recurso especial será condicionada à demonstração de relevância das questões jurídicas discutidas pelo recorrente.
Esse filtro estabelece como relevantes os recursos nas ações penais; de improbidade administrativa; nas ações cujo valor de causa ultrapasse os 500 salários mínimos; naquelas que possam gerar inelegibilidade; e nas hipóteses em que o acórdão recorrido contrariar jurisprudência dominante do Superior Tribunal de Justiça.
"A verdadeira avalanche de casos recebidos pelo STJ - uma média anual superior a 10 mil processos por ministro - vem comprometendo a satisfação da missão constitucional daquele tribunal, qual seja, a uniformização da interpretação das leis federais", disse o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), após promulgar a emenda.
Segundo Pacheco, com a PEC, o STJ volta a assumir suas verdadeiras feições constitucionais: uma corte de uniformização da interpretação da legislação federal, responsável pelo estabelecimento de precedentes jurisprudenciais com efeitos vinculantes aos tribunais inferiores.