O presidente do PSDB, Bruno Araújo, informou ao presidente do MDB, deputado federal Baleia Rossi (SP), que o senador Tasso Jereissati (CE) é o nome de “convergência” da legenda tucana para ser o vice em uma chapa presidencial encabeçada pela também senadora Simone Tebet (MDB-MS). Os líderes dos dois partidos avançaram nesta semana nas discussões sobre aliança na eleição para o Palácio do Planalto. Tasso também já indica que pode aceitar ser vice.
— Simone Tebet é a nossa candidata. Eu já tinha declarado que estava na hora de parar de ter cargos eletivos, mas não descarto nada — disse ao jornal O Estado de S. Paulo, ao ser questionado se aceitava ser vice.
A formação de chapa conjunta só deve ser anunciada após acordos em três Estados – Pernambuco, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. Os entraves regionais, porém, não são considerados obstáculos para o acerto nacional, a ponto de os dirigentes já estarem conversando sobre a composição da chapa.
Além disso, Araújo almoçou, na quarta-feira, no gabinete de Tasso, com o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) e o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB). O encontro selou na legenda tucana a opção pela aliança com Tebet. Também na quarta, Leite esteve no gabinete da senadora do MDB em Brasília.
Em solo gaúcho, enquanto alguns caciques do PSDB esperam publicamente o apoio do MDB à candidatura de Leite para a reeleição, os emedebistas mantêm o discurso de que terão nome próprio na disputa ao Piratini.
A direção do MDB no Estado reluta em abrir mão da candidatura de Gabriel Souza em favor de Leite. Emedebistas dizem que o ex-governador tucano nem sequer tornou pública a pré-candidatura:
— Sigo com a pré-campanha a governador e neste momento, inclusive, realizando atividades no interior do RS. Já visitei cerca de 80 municípios nestes dois últimos meses. A construção das alianças para fortalecer nossa pré-candidatura ao governo.
Posição semelhante tem o presidente do MDB no Estado, Fábio Branco:
— Baleia Rossi não falou comigo. Temos o Gabriel como pré-candidato. Não tem fato novo.
Revelação
Simone viria ao Estado ontem, mas cancelou a agenda. Oficialmente, a senadora discutiria o programa de governo, que está sob coordenação do ex-governador Germano Rigotto e do ex-senador José Fogaça.
— Há etapas para vencer. A primeira é se Leite é candidato ou não. Se ele assumir, aí muda o quadro. Mas tem de ter uma construção que passa pelo presidente do partido e pelo próprio candidato, Gabriel — diz Rigotto, que admite ter sido procurado por Baleia Rossi para tratar do assunto.
Questionado sobre a situação, Baleia Rossi revelou:
— Simone Tebet me relatou que Leite comunicou para ela que será candidato a governador.
Enquanto isso, Leite articula os próximos passos em silêncio. Publicamente, tem respondido que seus “olhares e atenção estão no RS”, indicando que pode quebrar a promessa de que não tentaria o segundo mandato.
— Se o MDB entregar o combinado regionalmente, o apoio ao PSDB no RS, em Pernambuco e acordo político em Mato Grosso do Sul, não teremos candidato próprio (à Presidência) — revelou um líder do alto escalão do PSDB, na condição de anonimato.
Em outra frente para desatar nós nos Estados, Araújo e Baleia Rossi conversaram com Jarbas Vasconcelos – quadro histórico do MDB e ex-governador – em Pernambuco. O entendimento é de que mesmo que não haja acerto, os partidos saiam separados no PE sem prejuízo para o palanque de Tebet. Nesse cenário, presidentes nacionais do PSDB e do MDB concordaram que o ideal é anunciar acordos no RS, PE e MS até a próxima quarta-feira, e assim sacramentar a aliança.
*Com agência de notícias