A chapa que reúne o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-governador Geraldo Alckmin será lançada oficialmente neste sábado (7), em um evento na capital paulista. Considerada a aliança mais surpreendente até o momento da pré-campanha eleitoral, a dobradinha Lula-Alckmin, dois históricos adversários políticos, não vai estar no palco do evento. O ex-tucano foi diagnosticado com covid-19 e vai participar do ato por vídeo.
Com os direitos políticos recuperados após prisão na Lava-Jato, Lula lidera as pesquisas de intenção de voto, seguido pelo presidente Jair Bolsonaro. O petista consolidou uma aliança no campo da centro-esquerda — com PSB, PCdoB, PSOL, Rede, PV e Solidariedade —, mas não conseguiu fechar acordos para uma almejada "frente ampla" mais abrangente contra Bolsonaro.
A pré-campanha de Lula tentava buscar apoio de líderes partidários do centro político para uma foto diversa no palco do Expo Center Norte. Neste período, no entanto, o petista intensificou discursos para a militância, o que gerou a preocupação entre apoiadores e críticas de opositores.
— Isso não foi alcançado (a foto com líderes partidários do centro). É um processo em construção, mas demos um passo importantíssimo nessa direção — afirmou o advogado e líder do Grupo Prerrogativas, Marco Aurélio de Carvalho, um dos principais aliados de Lula atualmente.
— É o maior arco de alianças. A partida é muito legal, é de um lugar mais avançado do que os anteriores, mas não é suficiente, porque essa eleição tem um desafio adicional, estamos enfrentando o bolsonarismo — disse Carvalho.
A interlocutores, Lula afirma que tentará passar a ideia, neste sábado, de que será um presidente de todo o Brasil, e não apenas das hostes petistas. O discurso foi previamente discutido com os integrantes da pré-campanha. A promessa entre petistas é de que o afago à esquerda, enquanto a base digeria a aliança com Alckmin, dará lugar a um ritmo concreto de campanha na rua e busca pela ampliação das alianças.