O presidente Jair Bolsonaro afirmou na noite desta quinta-feira que o PL vai contratar uma empresa para fazer auditoria privada nas eleições deste ano. O acerto teria sido feito com o presidente da legenda, Valdemar Costa Neto.
— Eu estive com o presidente do PL, há poucos dias. Como está na legislação eleitoral, nós contrataremos uma empresa para fazer auditoria nas eleições. Agora, deixo claro, adianto para o TSE, essa auditoria não será feita após as eleições, uma vez ela contratada, a empresa começa a trabalhar — disse o presidente em transmissão ao vivo nas redes sociais. — Nós devemos dar satisfação, está garantido por lei partido contratar empresa para auditoria. Se o custo ficar muito caro, vamos pedir socorro a outros partidos. Eleições têm que ser realizadas sem qualquer sombra de dúvida.
Bolsonaro não revelou o nome da empresa que será contratada pelo PL, mas afirmou que se trata de uma companhia com atividades no mundo todo. De acordo com o Executivo, a empresa poderá se recusar a prestar serviços no País.
— Ela pode falar "aqui é impossível auditar" e não fazer o trabalho. Olha a que ponto vamos chegar — afirmou o presidente, que cobrou do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgação das sugestões feitas pelas Forças Armadas à Corte para supostas melhorias no processo eleitoral, como feito mais cedo via ofício pelo ministro da Defesa, general Paulo Sérgio. — É momento para o TSE mostrar para o mundo que temos o sistema mais confiável do mundo — acrescentou.
Assim como feito mais cedo pelo ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, o presidente Jair Bolsonaro pediu publicamente ao TSE que divulgue as sugestões feitas pelas Forças Armadas para supostamente ampliar a segurança das eleições. Ele ainda garantiu que ninguém deseja dar um golpe de Estado no Brasil.
— TSE carimbou de confidencial as sugestões que foram nove propostas pelas Forças Armadas para que se reduzisse ao máximo a possibilidade de fraude — afirmou Bolsonaro na transmissão ao vivo nas redes sociais. — Por que esconder essas sugestões das Forças Armadas da população? População quer eleições transparentes, onde o voto seja contado efetivamente. Se as urnas são inexpugnáveis, por que essa preocupação? — acrescentou, novamente lançando dúvidas sobre o sistema eleitoral brasileiro sem apresentar qualquer prova.
Bolsonaro ainda ironizou na live que sua pressão por mudanças no sistema eleitoral brasileiro seja para garantir a vitória do ex-presidente Lula (PT), líder nas pesquisas de intenção de voto e seu principal adversário político.
— Se pesquisa diz que Lula tem 40%, ele vai ganhar, quero garantir a eleição dele — disse o chefe do Executivo, que afirma não acreditar em pesquisas de intenção de voto.
Auditoria está prevista em lei, diz TSE
Após o anúncio de Bolsonaro, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou que os partidos políticos estão autorizados pela lei a fazer suas próprias auditorias das eleições. "A fiscalização das eleições está prevista nos artigos 65 a 72 da Lei nº 9.504 de 30 de setembro de 1997, conhecida como Lei das Eleições. Os partidos políticos podem fazer suas próprias auditorias pelo Registro Digital do Voto (RDV)", afirma o TSE. "Lembramos, ainda, que qualquer cidadão pode fazer sua própria auditoria por meio do Boletim de Urna, emitido pelo mesário ao final da votação e divulgado nas seções eleitorais e no site do TSE", acrescenta a Corte.