Na tarde desta quinta-feira (31), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), renunciou ao cargo e confirmou sua pré-candidatura ao Planalto. Havia sinais de que o tucano poderia desistir da corrida presidencial, mas, após confirmar sua candidatura, Doria revelou que se tratava de uma estratégia política.
Em novembro, o governador de São Paulo venceu Eduardo Leite nas prévias do PSDB. Na segunda-feira (28), Leite renunciou ao governo do Estado, se colocando à disposição do partido. Ao Estadão, Doria falou em planejamento ao negar que desistiria da disputa.
— Houve um planejamento para que pudéssemos ter aquilo que conseguimos, o apoio explícito do PSDB a partir de seu presidente, Bruno Araújo. A carta que ele assinou hoje não deixa nenhuma dúvida nem agora nem depois. O PSDB elegeu, em processo democrático das prévias, um candidato. Não há questionamento, não há golpe possível — afirmou, em referência a Leite.
Considerada arriscada por muitos, a manobra foi elogiada por aliados presentes no pronunciamento.
— Doria deu um xeque-mate no PSDB, hoje, e tem agora uma carta que garante sua candidatura. O grupo que tenta puxar o tapete dele passou por uma desratização — disse a deputada federal Joice Hasselmann (PSDB) ao Estadão.
O deputado federal Alexandre Frota (PSDB) seguiu na mesma linha.
— O partido precisava de um chacoalhão para entender o que está acontecendo. Eduardo Leite está forçando a barra — declarou.
Em recado direto a Leite, Doria insistiu:
— Quem dá golpe é ditadura, governo autoritário. Aliás, hoje é dia 31 de março, o dia do golpe militar. Então, quero lembrar ao Eduardo Leite que não caminhe por essa linha. Trabalhe pelo seu Estado, você tem muitas oportunidades ainda para percorrer. Não queira se associar àqueles que gostam de golpear, de usurpar e até de roubar.
Até o final da noite desta quinta-feira, Leite não havia se pronunciado sobre as declarações de Doria.