Na próxima terça-feira (9), a bancada do PSDB no Senado vai se reunir para firmar posição contrária ao texto da PEC dos precatórios, que teve seu texto-base aprovado em primeiro turno, durante votação na Câmara dos Deputados, na madrugada desta quinta-feira (4).
"Em respeito a compromissos históricos, os senadores defenderão o legado do partido. O PSDB tem convicções já demonstradas de que é possível equacionar políticas de auxílio e distribuição de renda sem ferir de morte o frágil equilíbrio fiscal, ameaçado pela PEC",afirmou o presidente nacional da sigla, Bruno Araújo, em nota.
Por uma margem de apenas quatro votos, os deputados aprovaram o texto-base da PEC dos precatórios, que abre espaço de R$ 91,6 bilhões no orçamento de 2022 para o pagamento do Auxílio Brasil e outros gastos, durante o ano de eleições gerais no país.
Considerada fundamental pelo governo para bancar o novo benefício social e vista pela oposição como uma das principais bandeiras eleitorais do presidente Jair Bolsonaro, a proposta foi aprovada devido a votos da oposição, como o PSDB, PSB e PDT, com 312 deputados votando a favor da proposta e 144 contra.
Racha na Câmara
Na contramão da bancada do Senado, a votação do primeiro turno da PEC na Câmara dos Deputados contou com o apoio dos tucanos: 22 dos 32 deputados da sigla votaram favoravelmente, seis (da bancada paulista) votaram contra e três se abstiveram.
Araújo não manifestou-se sobre o racha do partido na Câmara. Postulantes a presidenciável da sigla nas eleições gerais do ano que vem, os governadores de São Paulo, João Doria, e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, também manifestaram-se contrários à PEC.
Após a aprovação em primeiro turno, os deputados analisarão os destaques ao texto e, depois, precisarão votar a matéria em segundo turno — o que deve ocorrer na próxima terça-feira (9).
De 81 senadores, seis em exercício são do PSDB: Izalci Lucas (DF), José Aníbal (SP), Mara Gabrilli (SP), Plínio Valério (AM), Roberto Rocha (MA) e Rodrigo Cunha (AL).
O presidente nacional do PSDB destacou ainda que, como partido que introduziu os programas de transferência de renda no nível federal, a sigla tem a consciência de que todas as ações de Estado com intuito de proteger os brasileiros mais vulneráveis não podem gerar inflação, recessão e descontrole, por desrespeitar os limites do orçamento.
"A conta retorna justamente para os mais pobres. O partido irá discutir propostas alternativas e o PSDB no Senado será nossa trincheira na defesa de programas de transferência de renda que não gerem inflação", declarou Araújo.