O presidente Jair Bolsonaro criticou nesta terça-feira (9) a decisão do governo do Rio Grande do Sul de tornar obrigatório o uso de máscaras nas escolas públicas e privadas para alunos a partir dos três anos. Bolsonaro afirmou que vai pedir uma posição do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, sobre o tema. Mas disse que prefere não dar opinião para não gerar polêmica em torno do uso da proteção.
— Liguei para o Queiroga agora. Não me respondeu. Coisa rara, né, vou ligar de novo. Ele vai ter que dar sua posição no tocante a isso. Criança a partir de três anos, se usar máscara, é mais prejudicial ou não para a saúde? Ou é benéfico para a saúde? Tenho a minha opinião, não quero dar aqui para não causar polêmica. Essa minha posição, você deve saber qual é — afirmou o presidente em entrevista ao Jornal da Cidade Online, de orientação bolsonarista.
A norma publicada no RS, porém, se baseia em uma lei federal, sancionada pelo próprio Bolsonaro no ano passado. O que o governo gaúcho fez foi adequar as determinações estaduais às regras federais. Até então, a obrigatoriedade da máscara nas escolas do Estado era restrita para adolescentes com 12 anos ou mais.
Mesmo contrariando uma norma aprovada por ele mesmo, o presidente voltou a culpar governadores e prefeitos pela tomada de decisões restritivas durante a pandemia da covid-19.
— Não pode um governador na ponta da linha, um prefeito, tomar essas decisões. Não basta estar conversando com um outro médico. Tem que conversar com mais gente — disse.
Tanto a regra federal como, agora, a estadual, dispensa o uso do item de proteção somente no caso de pessoas com transtorno do espectro autista, com deficiência intelectual, com deficiências sensoriais ou com quaisquer outras deficiências que as impeçam de fazer o uso adequado de máscara de proteção facial, conforme declaração médica, que poderá ser obtida por meio digital, bem como no caso de crianças com menos de três anos de idade.
Bolsonaro já se posicionou diversas vezes de forma contrária ao uso de máscaras – raramente, o presidente aparece usando o equipamento em eventos públicos, mesmo com a presença de um grande número de pessoas. No Palácio do Planalto, seu local de trabalho, a maioria dos funcionários também dispensa o uso da proteção, desrespeitando um decreto do Distrito Federal, que prevê a obrigatoriedade das máscaras em ambientes fechados.