O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmaram nesta segunda-feira (29) que a adoção de ônibus elétricos no país tem o potencial de baratear o preço do transporte coletivo. As falas vieram após os dois receberem nesta data no Palácio da Alvorada, fora da agenda oficial, representantes da Marcopolo, empresa gaúcha do setor que apresentou ao governo justamente um protótipo da tecnologia.
Na avaliação de Guedes, o ônibus elétrico da Marcopolo é uma "celebração do empreendedorismo brasileiro".
— É o Brasil reagindo com uma tecnologia verde para tentar justamente derrubar o preço do transporte público de massa — declarou o ministro, mesmo após citar um salto nos preços da energia elétrica no mundo inteiro.
Bolsonaro foi além e associou a iniciativa ao valor dos combustíveis, hoje em disparada.
— Os preços dos combustíveis estão altos no Brasil, as causas disso são algumas. Isso aqui, ônibus elétrico, vem então para nos ajudar — disse.
O presidente também elogiou o projeto de ônibus elétrico da Marcopolo:
— É um protótipo. Ainda, obviamente, custa caro, mas a tendência é baixar o preço.
O chefe do Executivo e Guedes ainda afirmaram que o Brasil vive um processo de reindustrialização. Também presente, o secretário especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, atribuiu o suposto fenômeno a ações tomadas pelo governo.
— Participação da indústria tem aumentado, graças a políticas que esse governo implementou — declarou.
Os ministros Joaquim Leite (Meio Ambiente), Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) também estavam presentes na agenda com a Marcopolo, além do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ). Após o encontro, todos seguiram para o Palácio do Planalto dentro de um ônibus elétrico dirigido por Bolsonaro e entraram no prédio pela rampa do Palácio.
O jornal O Estado de S. Paulo questionou a Secretaria Especial de Comunicação (Secom) se o presidente possui habilitação para dirigir ônibus, mas ainda não obteve retorno.
A Secom somente avisou a imprensa de que o presidente utilizaria a rampa do Planalto minutos antes da chegada de Bolsonaro e ainda não explicou o porquê da decisão.
A agenda oficial do chefe do Executivo não previa reuniões com os ministros supracitados nesta segunda-feira. Teoricamente, o primeiro compromisso do dia seria um encontro com o presidente do Hospital de Amor, Henrique Prata, às 11h30min.
Entre os titulares da Esplanada, só Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura, tem agenda divulgada com Bolsonaro, às 16h.
Tampouco a agenda de Guedes informa a reunião com o presidente. De acordo com o documento, ele teria nesta segunda-feira um despacho com o secretário Especial do Tesouro e Orçamento, Esteves Colnago, às 10h15min, na sede do Ministério da Economia.
A pasta ainda não deu detalhes sobre a chegada de Guedes ao Planalto junto a Bolsonaro no ônibus elétrico.
Bolsonaro ainda afirmou que o Brasil é um exemplo para o mundo na área ambiental e está em processo de reflorestamento. No entanto, os dados oficiais mostram que o desmatamento na Amazônia está em níveis altos históricos.