O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, não será o candidato do PSDB nas eleições presidenciais em 2022, já que o gaúcho foi derrotado por João Doria nas prévias do partido concluídas neste fim de semana. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, nesta segunda-feira (29), Leite falou sobre os planos para o futuro, descartou a reeleição e disse que não deixará seu atual partido.
— Me coloquei à disposição. Estou fazendo a minha parte. Entrei nessas prévias provocado por colegas de partido — disse Leite. — Queremos que haja uma alternativa a estes polos (Lula e Bolsonaro), a estes modelos políticos e econômicos que não deram certo no país. Me ofereci para ser líder deste projeto, mas posso contribuir como militante.
Crítico da reeleição, Leite disse que cumprirá o mandato de governador até o fim, e após isso poderá trabalhar na iniciativa privada, dizendo que pode fazer sua parte fora da vida pública.
— Tenho um ano e um mês de governo. É prematuro falar sobre o meu futuro do ponto de vista pessoal agora. Ainda temos bastante tempo para entregar resultados à população — disse.
— Ano que vem será o ano de muitas entregas. Isso até me doía um pouco o coração — completou o governador, lembrando que em seu último ano de governo haverá entregas do programa Avançar em diferente áreas, como Segurança, Saúde, Infraestrutura e Cultura.
Apesar do assédio do União Brasil — junção do DEM e PSL — em cima do governador gaúcho, Leite disse que seguirá no PSDB, mas trilhando seu próprio caminho. Ele até chegou a negar o convite de João Doria para fazer parte de sua campanha presidencial, porém disse que está aberto ao diálogo.
— Além de estilos diferentes de governar, temos métodos diferentes de fazer campanha — concluiu.
Continuação do legado
Mesmo que deixe o cargo após o fim do mandato, Leite disse que pretende fazer parte da continuação de seu legado no Rio Grande do Sul, citando as privatizações e a manutenção do pagamento das contas em dia.
— Vou ajudar a construir a continuidade deste projeto no Estado do Rio Grande do Sul. Vamos buscar restituir isso dentro do grupo político que nós representamos — disse.
Recém filiado ao PSDB, o vice-governador do Estado, Ranolfo Vieira Júnior, pode estar sendo preparado para ser seu sucessor. O nome é aprovado por Leite, que vê no delegado uma pessoa que pode dar continuidade às pautas promovidas por seu governo.
— Naturalmente, o Ranolfo, parceiro deste projeto e um leal parceiro de grande valor, é um nome natural, mas nem por isso é um nome que se imponha. Precisamos conversar com lideranças do Estado para definir isso — afirmou.