A bancada feminina do Congresso começou a se mobilizar para derrubar o veto presidencial ao trecho de um projeto de lei que previa a distribuição gratuita de absorvente menstrual para estudantes de baixa renda de escolas públicas e pessoas em situação de rua ou de vulnerabilidade extrema. A decisão de Jair Bolsonaro foi publicada nesta quinta-feira (7) no Diário Oficial da União e causou indignação nas redes sociais. As informações são do Portal G1.
A deputada Marília Arraes (PT-PE), autora do Projeto de Lei, afirmou ter ficado "impressionada" com o veto e afirmou que a proposta foi amplamente negociada entre as lideranças partidárias no Congresso.
— É uma pena que tenha sido vetado, inclusive diante de pontos que tinham sido conversados e negociados com as próprias lideranças do governo. Enfim, nada foi considerado. Eu tenho certeza de que esta Casa vai fazer jus à vontade do povo brasileiro, como é nossa obrigação, nossa função é representar o povo brasileiro, e derrubar esse veto, que é um verdadeiro absurdo, absurdo para as mulheres do Brasil — declarou Marília.
A deputada Celina Leão (PP-DF), líder da bancada feminina da Câmara, reforçou que o Congresso aprovou um projeto com impacto financeiro mínimo e que apontava a fonte dos recursos, ao contrário do que Bolsonaro declarou.
— Se R$ 84 milhões for muito dinheiro para o governo não dar condição a meninas e mulheres, eu acho que o governo tem que rever os seus princípios. Ele precisa repensar a forma de tratar as mulheres no Brasil — afirmou Celina.
A líder da bancada feminina no Senado, Simone Tebet (MDB-MS) classificou a atitude do presidente da República como sendo descaso e "falta de empatia". A parlamentar reforçou que o veto foi divulgado em meio à campanha Outubro Rosa.
— Veto à distribuição gratuita de absorventes a milhões de estudantes pobres de escolas públicas, moradoras de rua e presidiárias é falta de empatia, desconhecimento da realidade e descaso. Chega a ser cruel — disse Simone.
Para se derrubar um veto presidencial, são necessários 257 votos de deputados e 41 de senadores para a rejeição. Ainda não há data para a análise do veto pelo Congresso.