Christopher Goulart, neto de João Goulart, se manifestou nas redes sociais após o veto de Jair Bolsonaro ao projeto de lei que dava o nome do ex-presidente da República para quase a totalidade da BR-153. A proposta daria o nome de Jango ao trecho da rodovia entre Marabá, no Pará, e Cachoeira do Sul, na região central do Rio Grande do Sul.
"É de se lamentar que Bolsonaro tenha vetado o nome de João Goulart em rodovia, alegando que Jango representaria 'prática dissonante com o Estado Democrático'. Um exemplo da contradição tosca e patética dos tempos em que vivemos", escreveu.
Ao justificar o veto, Bolsonaro também afirmou que a decisão se deu após contato com a Casa Civil e o Ministério da Infraestrutura, que consideraram a medida "inoportuna por não considerar as especificidades e as peculiaridades de cada Estado".
"Tempos estes em que um apoiador de torturadores e de Regime Militar veta um presidente marcado na história justamente por defender a democracia plena e as reformas de base. De outra sorte, não surpreende, pois Bolsonaro representa a antítese do projeto de país de Jango", tuitou Christopher.
João Goulart foi deposto em abril de 1964, quando começou o período da Ditadura Militar no Brasil. À época, a Presidência da República foi declarada vaga em uma sessão do Congresso, com a justificativa de que Jango teria deixado o governo. Porém, ele estava no Rio Grande do Sul em busca de apoio de aliados, por conta da iminência de um golpe militar.
Em 2013, o Congresso publicou uma resolução para anular essa sessão, e Bolsonaro também foi contra.