A CPI da Covid decidiu convocar o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para prestar um novo depoimento. A decisão foi tomada no início da sessão desta quinta-feira (7).
A oitiva foi marcada para o dia 18. Será a terceira vez que o ministro comparecerá na comissão do Senado para prestar esclarecimentos.
Os senadores já haviam desistido de convocar Queiroga devido ao calendário apertado da CPI — a previsão é de que o relatório seja lido no dia 19 e votado no dia 20 de outubro. A mudança veio após a confirmação de que foi retirado da pauta da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) no Sistema Único de Saúde (SUS) a análise de uma diretriz nacional com recomendações para tratamento de pacientes com covid-19 a nível ambulatorial, ou seja, não hospitalizados.
O documento, elaborado por especialistas a pedido do Ministério da Saúde, seria votado nesta quinta pelo órgão colegiado do SUS. O relatório não recomenda o uso de medicamentos como cloroquina, hidroxicloroquina e azitromicina no tratamento de pacientes com a doença — remédios que compõem o chamado "kit covid", defendido pelo presidente Jair Bolsonaro.
A CPI suspeita de que houve interferência política na decisão e que a retirada da análise do documento teria sido motivada por um pedido do Palácio do Planalto. Oficialmente, o ministério afirma que o relatório foi retirado da pauta após um pedido do coordenador do grupo de especialistas, que está elaborando as diretrizes, por conta da "publicação de novas evidências científicas dos medicamentos em análise".
Os senadores querem que Queiroga justifique à comissão a não votação do relatório pela Conitec. Além disso, a CPI afirma que o Ministério da Saúde não respondeu às perguntas enviadas pela comissão solicitando à pasta o planejamento da vacinação contra a covid-19 para o ano que vem.