Pressionado por aliados de Jair Bolsonaro, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), vai procurar o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Davi Alcolumbre (DEM-AP), para encaminhar a indicação de André Mendonça ao Supremo Tribunal Federal (STF).
A indicação está parada na CCJ, e Alcolumbre resiste a marcar a sabatina de Mendonça. Ele precisa passar pelo crivo do Senado, onde enfrenta resistências políticas pela atuação contra adversários do presidente e pelo uso da Lei de Segurança Nacional (LSN) contra críticos do governo. Para ser aprovado, ele necessita do voto de 41 dos 81 senadores.
Em entrevista a jornalistas no Senado, Pacheco afirmou que "podem ser muitas" as razões para o impasse, desde a exigência de presença física de parlamentares em Brasília até a complexidade de uma indicação ao STF.
Nos bastidores, os ataques do presidente Jair Bolsonaro ao STF, o impasse na articulação política com o Senado e as resistências de Alcolumbre ao nome de Mendonça são apontados como obstáculos para o escolhido de Bolsonaro.
— Sempre faremos a opção pelo caminho do consenso para resolver essa questão — disse Pacheco ao anunciar que conversará com Alcolumbre.
A indicação do presidente da República representa o pagamento da promessa feita a líderes aliados de indicar um ministro "terrivelmente evangélico" para a vaga no Supremo. Pastor da Igreja Presbiteriana Esperança de Brasília, Mendonça, 48 anos, representa um setor que o presidente considera estratégico para suas pretensões de reeleição em 2022.