O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou seguimento ao mandado de segurança apresentado por cinco membros do Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF) contra o procurador-geral da República, Augusto Aras — que está sendo sabatinado na manhã desta terça-feira (24), no Senado, para possível recondução ao cargo por mais dois anos.
Os subprocuradores-gerais acusavam a cúpula da Procuradoria-Geral da República (PGR) de "interceptar" uma representação criminal apresentada ao órgão colegiado máximo do MPF imputando suposta prevaricação de Aras para favorecer o presidente Jair Bolsonaro. O pedido era para que o Supremo impedisse Aras e os assessores diretos dele de interferirem na tramitação processual do caso.
Em despacho datado de segunda-feira (23), Toffoli escreveu que o mandado de segurança era "manifestamente inadmissível" e negou seguimento à ação.
Ao analisar o pedido dos subprocuradores, o ministro entendeu que nenhum dos documentos juntados aos autos — na maioria cópias dos andamentos da representação dentro do CSMPF — evidenciou "ato concreto ou qualquer ilegalidade praticada pelo Procurador-Geral da República ou pelo Vice-PGR".
"Os parcos documentos que instruem a impetração, compostos basicamente, repito, de cópias do andamento da representação dentro da estrutura administrava do CSMPF, são insuficientes para fazer constar a presença de ato concreto, bem como para atestar a responsabilidade do Procurador-Geral da República ou do seu Vice, como pretendem fazer crer os impetrantes. Tem-se portanto meras ilações, não se verificando na espécie nenhuma ilegalidade ou abuso de poder", registrou o ministro no despacho.